quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Concessionária responsável pelo Shopping Popular de Feira é acusada de calote; chineses também fazem parte da obra, informa diretor de empresa contratada

O diretor de produção de frente de serviço da empresa Derick Construtora, Antonio Ribeiro de Matos, esteve na manhã desta quinta-feira (30), no Complexo de Delegacias do Sobradinho, em Feira de Santana, prestando uma queixa contra a Concessionária Shopping Popular, responsável pelo Centro Comercial Popular, inicialmente denominado Shopping Popular. O empreendimento cercado de polêmica está sendo erguido na Avenida Olímpio Vital,através de parceria público-privada (PPP).  

Segundo Antonio Matos, a Derick é uma empresa paulista e foi contratada para fazer serviços de fundação e foi firmado contrato no valor de R$ 1.250.000 com prazo de sete meses e meio, que termina nesta sexta-feira (1º). Ele informa que a empresa tem mais de R$ 300 mil para receber, que foram investidos na obra, mas a concessionária Feira Popular se nega a pagar. “Reuniu os nossos funcionários, falaram que iam pagar direto para eles, iam dar baixa na carteira, e que se a gente quisesse resolver para receber, teria que procurar a justiça”, denuncia Matos.
Ele reclama que por conta dos atrasos nos pagamentos o aluguel do alojamento dos funcionários, contas de água e luz, e serviços de fornecedores estão sem serem quitados e com ameaça de despejo. “Já vendi até um carro e o compromisso está todo empenhado na obra, um prejuízo de R$ 140 mil”.
O diretor da construtora informou que outra empresa foi contratada e deve começar o serviço na próxima segunda-feira (4), mas tomou conhecimento que outras prestadoras também estão sem receber, a exemplo de bate-estaca e topografia. Segundo ele, os pagamentos feitos até agora sempre foram com atraso e parcelados. Disse que possui extratos bancários para comprovar.

CHINESES NO COMANDO
Em entrevista ao repórter Sotero Filho, o diretor da Derick disse que foi agredido verbalmente durante uma reunião onde estavam o senhor Elias Tergilene e chineses, que segundo ele, são os responsáveis pelo Centro Comercial. “Uma obra concessionária, são três chineses e um brasileiro. É uma concessão e ganharam uma licitação de noventa e poucos milhões da Prefeitura para poder administrar isso aí, e a prefeitura deu R$ 13 milhões para iniciar a obra e agora há um subsídio de R$ 6 milhões,ou seja; a prefeitura tá entrando com uma verba de R$ 19 milhões nesse capital de giro pra construir esse shopping popular. Agora, hoje, a empresa não tem condições de pagar o que me deve, pra gente ir pagar os funcionários? A nossa situação é crítica”, declarou.
IRREGULARIDADES NO CANTEIRO DE OBRAS
Antonio Matos também denunciou irregularidades no canteiro de obras do Shopping Popular e informou que a quebra de contrato já foi comunicada ao Ministério do Trabalho, sindicato da categoria e por último na delegacia de polícia.

“A obra se encontra irregular. Pelas normas da lei trabalhista, da NR18, não tem um canteiro de obras decente, ela (concessionária) não tem um banheiro masculino, não tem um banheiro feminino, não tem chuveiro, não tem lavatório, não tem refeitório, área de convivência, não tem almoxarifado. O pessoal como, faz as refeições jogados dentro de água de esgoto, em cima dos materiais do canteiro. Isso a gente tem relatório e documento cobrando a eles as normas das leis trabalhistas”, denunciou.

O representante da construtora paulista acrescentou que entrou em contato com o secretário municipal do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Antonio Carlos Borges Júnior, tendo como resposta que deveria ligar no dia de hoje (30) para ele ver o que poderia fazer sobre o assunto.

Até o fechamento desta matéria, nossa reportagem não conseguiu contato com o representante da Concessionária.

Blog Central de Polícia, com reportagem de Sotero Filho e imagens reprodução.




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