Uma dívida de R$
23.374.403,75 com o banco Mercedes Benz foi a causa do esvaziamento da garagem
da empresa Rosa, na manhã deste sábado, com a apreensão de um número estimado
em 50 veículos. A empresa sofreu uma ação de busca e apreensão, concedida pela
juíza Regianne Xavier no dia 24, terça-feira.
A dívida é referente ao
pagamento de parcelas atrasadas desde agosto, de financiamento no valor de R$
6,75 milhões, assinado em 24/02/2012, antes, portanto, da empresa vencer a licitação
para operar em Feira de Santana.
“O financiamento foi de
R$ 6,75 milhões, para pagamento em 56 parcelas mensais, vencendo a primeira em
16 de junho de 2012 e a última com vencimento em 15 de março de 2017, sendo que
o réu deixou de efetuar o pagamento a partir da 50ª parcela vencida em
15/09/2016”, diz o advogado da Mercedes no processo.
A apreensão em um sábado
e com os ônibus na garagem foi sugestão do próprio solicitante. “Se os
referidos ônibus estiverem em trânsito pela cidade, o cumprimento tornar-se-á
quase impossível e poderá trazer grandes transtornos ao trânsito e aos demais
cidadãos”, observa o advogado João Gabardo Filho, de Curitiba, ao pedir a
apreensão.
“Tendo em vista a
quantidade de ônibus a serem apreendidos, para êxito no cumprimento da liminar,
o mandado, necessariamente, deverá ser cumprido em horário e dia em que serão
maiores as chances de encontrar o maior número possível de ônibus no pátio onde
ficam estacionados (…) ou seja, no período das 20 horas às 5 horas”.
O montante da dívida
informado no processo inclui o pagamento das parcelas atrasadas, multa,
encargos de mora, custas processuais e honorários dos advogados.
Vídeo que circula no
Whatsapp mostra os ônibus sendo levados em uma rodovia. De acordo com o
advogado do banco, os contratos foram rescindidos devido ao atraso no pagamento
e “cabe ao autor o direito de fazer apreender os bens que lhe foram alienados e
em seguida promover a sua venda”.
A Via Feira, organização
que reúne as duas empresas que operam o transporte coletivo em Feira de
Santana, emitiu nota neste sábado dizendo que o serviço na cidade não foi
afetado, porque foi posta em uso a frota reserva e que “o ocorrido na Empresa
Rosa foi de ordem administrativa e está sendo contornado pela sua equipe
jurídica”. São explicações idênticas às fornecidas pela manhã pelo secretário
de Transportes e Trânsito do município, Pedro Boaventura.
Segundo a Via Feira, com
a frota reserva de 10% de ônibus adicionais, foi possível “suprir plenamente
esta demanda”.
Por: Glauco Wanderley
(Tribuna Feirense), com fotos de Rogério Silva
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