Policiais da 1ª Coordenadoria Regional de Polícia Civil
(Coorpin), prenderam na manhã desta quinta-feira (14), Gláucia Mara Ottan
Machado Ferraz, acusada de mandar matar o ex-marido Júlio Zararia Ferraz, 43
anos. Ele era advogado e assessor jurídico na Câmara Municipal de Feira, e foi
encontrado morto com sinais de execução no distrito de Oliveira dos Campinhos,
município de Santo Amaro.
A vítima estava desaparecida desde o dia 15 de janeiro e
corpo foi encontrado um dia depois e encaminhado para o Departamento de Polícia
Técnica daquele município. Após o vereador Gilmar Amorim, para quem a vítima
trabalhava, e um irmão prestarem queixa do desaparecimento, o DPT de Santo
Amaro acionou a polícia em Feira e o corpo foi reconhecido. De acordo com a
polícia, o advogado foi encontrado despido, com as mãos amarradas para trás e
com tiros na cabeça.
A polícia informou que chegou até Gláucia Mara através de
Maria Luiza Borges do Carmo, 27 anos, ex-empregada dela e que também foi presa.
O delegado Deivid Lopes contou que a polícia recebeu uma denúncia anônima,
apontando que a ex-empregada sabia das brigas do casal e da intenção da
ex-patroa de cometer o crime.
“Diante dessa informação, fomos até a ex-empregada, senhora Maria
Luiza, e a mesma em seu interrogatório confessou todo o crime, inclusive a
intenção da senhora Gláucia e mandar matar o seu marido, o senhor Júlio. A
gente ainda está levantando a identificação dos autores e assim que forem
identificados e localizados, serão também apresentados e presos. Todos os
elementos levantados até então na investigação, levam a essa conclusão, de que
a Glaucia em função da questão patrimonial, das brigas que ela tinha
constantemente com o Sr. Júlio, em função da discordância que eles tinham com
relação ao divórcio, ela veio a praticar esse crime com auxílio de Maria Luiza
e os outros dois indivíduos que também cometeram o crime”, informou o delegado
Deivid Lopes.
Conduzida para a delegacia, Maria Luiza contou detalhes e de
acordo com o delegado Deivid Lopes, a versão dela bateu com as investigações,
pois só a polícia sabia de informações passadas por ela. Para a polícia, Maria
Luiza contou que foi obrigada pela patroa a entrar em contato com dois
traficantes para cometer o crime pela quantia de R$ 4 mil, que seria dividida
pelos assassinos do advogado.
“Ela (Gláucia) me
ameaçou muito para executar, disse já não aguentava mais ele, que já estava
cansada e queria se separar dele. Só que ele não queria dar o divórcio para
ela. Eles (assassinos) não são daqui, estavam a serviço. Primeiro ele (Júlio)
foi cegado com uma substância, aí depois ‘os cara’ levaram ele, primeiro para
um quartinho, pra ele ficar sedado, aqui em Feira, e depois levaram para Santo
Amaro”, contou a empregada.
Ela contou em entrevista que não estava no local onde o
corpo foi encontrado, mas viu quando estavam levando o advogado e ouviu a
vítima “ pedindo socorro e acusando a ex-mulher de ser mandante do crime”.
Maria Luiza ainda deu detalhes sobre o relacionamento dos
ex-patrões, no período de quase um ano em que trabalhou para eles e que o motivo
seria a negativa da vítima em conceder a separação. “Ela botava ele pra fora de
casa várias vezes, chamava a polícia e tudo”, contou.
Questionada sobre uma acusação de estupro do advogado contra
a ex-mulher, Maria Luiza defendeu o ex-patrão. “É mentira dela e invenção que
ele a estuprou. Ele nunca faria isso. Ela pagou dois mil pra cada matador. Eu
só sei que não tenho nada a ver com isso, quem tem haver é ela, porque quem
praticou todo o crime foi ela, e não fui eu. Ela ela ameaçou matar o meu pai e
por tanto amor que tenho ao meu pai eu não queria que acontecesse nada de ruim,
nem com meu pai, nem com minha família”, concluiu.
A acusada negou todas as acusações, disse que a ex-empregada
tem problemas mentais. Sobre o advogado, alegou que ele era agredida pelo
advogado e que conseguiu uma medida protetiva contra ele. "Ele me agredia
o tempo todo, ele teve duas prisões em flagrante. Estamos separados desde 2012,
mas não estávamos divorciados. Eu queria o divórcio, mas não conseguia, porque
eu nunca sabia onde ele morava”, declarou. Sobre a acusação feita pela ex-empregada, Gláucia negou e que
cabe a Maria Luiz apresentar as provas. “Absolutamente. Quem acusa tem
que provar. Eu só queria que ele se afastasse de mim, mas ele não me deixava em
paz”, se defendeu. Disse também que queria apenas a separação, mas foi obrigada
a partir para o divórcio litigioso.
As investigações sobre o assassinato do advogado Júlio Zacarias foram feitas em trabalho conjunto das polícias de Feira de Santana e Santo Amaro. O delegado Roberto Leal, coordenador regional de Polícia Civil, informou também que pela complexidade do crime, contou com a colaboração da Polícia Federal.
Acusada se envolveu em episódio durante a greve dos caminhoneiros
Em julho do ano passado, durante a greve dos caminhoneiros,
Gláucia Ottan, foi flagrada furando a fila em um posto de gasolina em Feira de
Santana, gerando revolta e um vídeo viralizou. Na ocasião, também chamou a
atenção dela estar utilizando um veículo com o adesivo do Tribunal de Justiça
da Bahia (TJ-BA).
Após investigações, ficou constatado que Gláucia é servidora
aposentada do Tribunal e o carro é na verdade da mãe dela. O veículo foi
apreendido por policiais em um condomínio na praia de Barra do Jacuípe e encaminhado
para a 23ª Delegacia de Polícia Civil de Lauro de Freitas.
Blog Central de Polícia, com informações e fotos de
Denivaldo Costa e reprodução.
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