Um deficiente visual acusado de matar a mulher dele, que
estava grávida, com uma facada no pescoço após uma discussão foi julgado e
condenado pelo conselho de sentença a 16 anos e três meses de prisão em regime
fechado. O julgamento ocorreu nesta terça-feira (13), no Fórum Desembargador
Filinto Bastos, em Feira de Santana, e foi presidido pela juíza Márcia Simões
Costa.
O júri popular começou às 8h e foi encerrado por volta das
17h. Teódulo Ferreira dos Santos está preso desde a época do crime, em julho de
2017, ocorrido no interior da residência do casal, no bairro Santo Antônio dos
Prazeres. Risoleta Araújo de Alencar, 30 anos, estava grávida de seis meses do
suspeito. O bebê também morreu.
“ Nós usamos a tese
que ele agiu sob violenta emoção logo após provocação da companheira, e que não existia nem a
qualificadora da motivação tampouco a qualificadora do recurso que
impossibilitou a defesa da vítima.”, explicou o defensor público Maurício
Saporito, que recorreu da sentença.
A promotora Semiana Cardoso, que atuou na acusação,
considerou a sentença justa. “As provas estão a indicar que o crime foi
cometido da forma como tínhamos acusado, que é a impossibilidade de defesa da
vítima e também o motivo que o levou a praticar o crime, que foi um motivo
fútil. Ela estava grávida dele de seis meses e ainda assim ele tirou a vida
dela”, disse a promotora.
Crime e tentativa de
fuga
De acordo com as investigações da Delegacia de Homicídios e
Proteção à Pessoa (DHPP), após matar a
esposa, Teódulo Ferreira tentou fugir da cidade com o outro filho um 1 ano da
vítima, mas foi impedido quando tentava embarcar em um ônibus para a cidade de
Camaçari, na rodoviária de Feira de Santana.
Preso em flagrante pela Polícia Militar, o acusado foi
apresentado na delegacia e acabou confessando o crime. Na delegacia, Teódulo contou que matou a
mulher após uma discussão e uma suposta luta corporal, mas a versão é
contestada pela polícia. O delegado Gustavo Coutinho, titular da DHPP, na
época, informou que o levantamento cadavérico realizado pela polícia indicou
que a vítima estava dormindo, quando foi atacada.
“A perícia constatou isso e, inclusive, ela não tinha nenhum
sinal de defesa. Ela estava dormindo, ele foi na cozinha, pegou a faca, voltou,
cravou no pescoço dela. Ela estava quase degolada. Se fosse briga, ela teria
pelo menos tentado colocar a mão na frente. Ou seja, tudo indica que não teve
discussão”, explica Coutinho. O corpo foi encontrado ao lado da
cama.
Blog Central de Polícia, com informações de Sotero Filho e
arquivo/fotos reprodução.
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