Apenas 8%
dos homicídios na Bahia são elucidados e cerca de 180 municípios estão sem
policiais civis ou com efetivo insuficiente para atender a demanda da sociedade
O Sindicato dos Policiais Civis (SINDPOC)reafirma a veracidade dos dados
coletados pelo Atlas da Violência 2017, através do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (IPEA), e salienta que a Secretaria de Segurança Pública
tenta “maquiar” a realidade onde a Bahia é apontada como o Estado que possui o
maior número de cidades na lista das 30 mais violentas do Brasil: Lauro de
Freitas, Simões Filho, Eunápolis, Teixeira de Freitas, Porto Seguro, Barreiras,
Camaçari, Alagoinhas e Feira de Santana. O SINDPOC frisa que o Estado lidera o
ranking nacional de homicídios, pelo sétimo ano consecutivo, devido à presença
de muitos bolsões de miséria e ao processo de sucateamento da polícia baiana.
O Presidente do
SINDPOC, Marcos Maurício, em nota enviada à imprensa, destaca que a sociedade
baiana vive uma guerra que está sendo, a todo tempo, maquiada e escondida pela
Secretaria de Segurança Pública. “Ficou nítidoa tentativa do Secretário em se
eximir da responsabilidade no resultado dos altos índices de violência que
estão ocorrendo,desde a sua entrada em 2011, como titular da pasta. Não foi
explicitado por ele como chegamos a mais de 40 mil mortes violentas
intencionais no nosso Estado, entre 2011 e 2017, e que as ações de combate à
violência se resumem às construções faraônicas, sem resultado efetivo à
sociedade”, critica o sindicalista.
Segundo o investigador e
Vice-Presidente do SINDPOC, Eustácio Lopes,a cada 100 homicídios que ocorrem na
Bahia, apenas 8 são elucidados, ou seja, o Estado consegue elucidar apenas 8%
dos homicídios. “As delegacias Territoriais se transformaram em delegacias de
caráter cartoriais e burocráticas, basicamente, para registros de ocorrências,
com interrupção das investigações criminais e a consequente queda da elucidação
dos delitos. Essa deficiência na elucidação dos homicídios, aumenta a sensação
de impunidade na sociedade e gera mais violência. Não podemos esquecer do
quadro de total precariedade que encontra-se a Polícia Civil comopéssimas
condições de infraestrutura, falta de investimento em capacitação e
qualificação dos servidores, ausência de tecnologia apropriada,entre outros”,
protesta.
Dos 417 municípios
baianos, cerca de 180 estão sem policiais civis ou possuem efetivo insuficiente
para dar conta da demanda social. O Estado tem, atualmente, menos de 7.500
servidores da Polícia Civil. “Quando, na verdade, deveríamos ter, a partir de
2009, 12.000 policiais trabalhando a serviço da sociedade. Esses casos que não
são elucidados estimulam os crimes cinematográficos e a prática do velho
cangaço e levam o terror e medo à população como as explosões dos
caixas eletrônicos e os ataque às Companhias da Polícia Militar, entre outros”,
pontua o investigador e Vice-Presidente do SINDPOC, Eustácio Lopes.
De acordo com o
Presidente do SINDPOC, o combate à violência não é uma receita
pronta, deve envolver ações intersetoriais entre Segurança Pública,
saúde, educação, infraestrutura e emprego. “Também não se pode
esquecer como fundamental a melhoria das condições de trabalho, capacitação
continuada, eficaz estrutura de sistemas integrados de comunicação, valorização
econômica e dos profissionais.Precisamos de uma política pública que promova igualdade de oportunidades e o respeito
às diferenças. São elementos essenciais para a diminuição desse
desastre social que se instalou em nosso Estado!”, reivindica Marcos Maurício.
O Vice-Presidente do
SINDPOC cita o exemplo da cidade de Nova York, EUA, onde o prefeito promoveu o
fortalecimento das instituições policiais e decretou uma política de
“Tolerância Zero” ao crime, algo que gerou uma redução drástica da violência. “
Na Bahia, a população vive com medo, refém da violência,
as pessoas não podem andar livremente com celular e smartphone. Por outro lado,
percebemos um crescimento das organizações criminosas!”, frisa Eustácio Lopes.
Ascom Sindpoc, com imagem ilustração.
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