O suspeito de matar a
enfermeira e professora universitária Rosângela Gomes Costa, 35 anos, dentro de
casa, em Alagoinhas, foi preso neste sábado (29) em um trailer nas margens da
BR-110, na altura de Crisópolis, onde estava escondido. Segundo o tenente coronel
Jarbas Carvalho, do 4º Batalhão de Polícia Militar, a prisão de Edvan Alves dos
Santos, 28, foi efetuada pela 6ª Companhia Independente de Polícia Militar (Rio
Real).
"Um dia após o crime
nossa equipe de inteligência localizou o telefone dela (Rosângela) na mão de um
receptador. E foi ele quem disse quem havia subtraído o telefone", diz o
comandante, explicando como Edvan se tornou o principal suspeito. "Ainda
vai ser investigada pela Polícia Civil a motivação. Ele pode ter sido o
executor e ter um mandante. Havia dinheiro na casa e ele não levou, roubou só o
celular", acrescenta.
Como não tem delegado de
plantão em Crisópolis, o suspeito está sendo levado para a 2ª Coordenadoria
Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Alagoinhas), onde deve prestar depoimento.Ele
tinha prisão temporária decretada pela Justiça no último dia 23.
O delegado Clélio Pimenta
Bastos Filho, da 1ª Delegacia de Alagoinhas, havia dito ao CORREIO que Edvan
conheceu a vítima há cerca de seis meses. Ele realizou serviços de limpeza na
casa da enfermeira no final do ano passado e, de lá para cá, segundo a polícia,
esteve na casa outras duas vezes. Alves tinha conhecimento da rotina da
professora, segundo Pimenta, que morava sozinha no bairro do Barreiro, mesmo
lugar em que mora o suspeito.
"Ainda é cedo para
afirmar se a morte se deu com finalidade de roubar. É prematuro dizer isso. É
meio óbvio que ele se aproveitou do fato dela ser uma mulher, o que configura o
feminicídio, e não só isso, pois ele amordaçou e esfaqueou a vítima, o que
vamos investigar e tentar entender. Pode não ter sido um simples
latrocínio", pontuou o delegado, acrescentando que o suspeito é usuário de
crack.
A polícia chegou à
identidade de Edvan após encontrar, na tarde deste sábado (22), o aparelho
celular que era utilizado pela professora em posse de um homem. Segundo Clélio,
o rapaz foi autuado por receptação de produto roubado, ouvido e liberado.
"Foi por meio do depoimento dele que chegamos ao possível autor deste
crime, que vendeu o aparelho ainda na quinta-feira", comenta.
A dinâmica do homicídio,
no entanto, ainda não pôde ser esclarecida. Detalhes como horários e cronologia
do fato serão conhecidos a partir da prisão de Edvan. As investigações mostram
que o suspeito roubou o celular da vítima ainda na quinta-feira (20) e retornou
ao local do crime na madrugada de sexta-feira (21), pouco antes da professora
ser encontrada. Conforme familiares, a enfermeira deixou de manter contato com
amigos entre 12h e 14h de quinta e, à noite, saiu de todos os grupos do
aplicativo WhatsApp.
A cena do crime, segundo
Clélio, destoa de casos de roubos seguidos de morte. Rosângela foi encontrada
parcialmente nua, esfaqueada e amordaçada, sobre a cama. "É difícil falar.
Ela tinha os olhos vendados e a mordaça, o que são elementos a mais. Era uma
intenção dele subjugar. A motivação vai ser esclarecida, pois ele pode ter
iniciado tudo por um motivo e ter evoluído a outros. O comportamento de uma
pessoa que certamente estava perdida", conta. Não há informações sobre a
participação de outras pessoas.
Jantar após o crime
"Ele chegou a jantar na casa da mãe após sair da casa dela [Rosângela], agiu com tranquilidade. Tudo precisa ser confirmado mas o que temos até aqui leva a crer que não foi só uma questão de droga. Talvez até denote uma premeditação", considerou.
"Ele chegou a jantar na casa da mãe após sair da casa dela [Rosângela], agiu com tranquilidade. Tudo precisa ser confirmado mas o que temos até aqui leva a crer que não foi só uma questão de droga. Talvez até denote uma premeditação", considerou.
Quanto à possibilidade de
envolvimento afetivo entre a enfermeira e Edvan, o delegado informou que todas
as possibilidades estão sendo consideradas. "É prematuro descartar
qualquer coisa. Considerando a mordaça, que tem a intenção de subjugar a
vítima, você entende que traços de sentimento, seja de amor ou de ódio, estão
presentes", salientou.
Indícios
Ao identificar Edvan, a polícia realizou buscas na casa do suspeito e recolheu chinelos, facas, tesouras e outros objetos que podem estar relacionados ao crime. Todo o material passará por perícia. O delegado teve contato com a mãe de Edvan, que confirmou que o filho esteve em casa na noite de quinta-feira com alguns ferimentos leves no corpo.
Ao identificar Edvan, a polícia realizou buscas na casa do suspeito e recolheu chinelos, facas, tesouras e outros objetos que podem estar relacionados ao crime. Todo o material passará por perícia. O delegado teve contato com a mãe de Edvan, que confirmou que o filho esteve em casa na noite de quinta-feira com alguns ferimentos leves no corpo.
"A mãe dele nos deu
ainda mais informações que nos fazem colocá-lo na cena do crime. Ela nos contou
que ele já havia realizado pequenos serviços para ela, então, juntando aos
depoimentos de algumas testemunhas, ele é o principal suspeito, sim".
Edvan já foi preso por
roubo em 2013. "Estou puxando o inquérito ao qual ele já responde, porque
está caracterizado como extorsão. Vamos entender se havia uma preferência por
roubar ou atrair mulheres. Ele está com a prisão preventiva decretada e estamos
agindo com rigor para executar a prisão nas próximas horas", completou.
Alívio
A indicação do suposto autor do crime trouxe uma certa tranquilidade para os amigos e familiares da enfermeira. Em contato com o CORREIO, a colega de trabalho da vítima, a também professora Solange Silva, confirmou que Edvan limpava o quintal de Rosângela. "Uma amiga ainda mais próxima a ela assegurou. Dá uma certa tranquilidade saber que a prisão deste rapaz pode ajudar a esclarecer tudo, porém, a minha preocupação é que a polícia realmente esteja em busca da pessoa certa. Que exista coerência nas investigações", pontua.
A indicação do suposto autor do crime trouxe uma certa tranquilidade para os amigos e familiares da enfermeira. Em contato com o CORREIO, a colega de trabalho da vítima, a também professora Solange Silva, confirmou que Edvan limpava o quintal de Rosângela. "Uma amiga ainda mais próxima a ela assegurou. Dá uma certa tranquilidade saber que a prisão deste rapaz pode ajudar a esclarecer tudo, porém, a minha preocupação é que a polícia realmente esteja em busca da pessoa certa. Que exista coerência nas investigações", pontua.
Ainda segundo Solange,
que foi professora de Rosângela quando a enfermeira ainda era estudante, é
estranho que o rapaz, que apenas limpava uma área da casa, tenha tido acesso
para entrar e sair. "É complicado, porque quem conhecia ela sabe o quanto
era reservada. Não era de dar abertura a ninguém. Mas não sabemos ao certo as
linhas, vamos aguardar e confiar na polícia para que isso seja solucionado o
mais breve possível", completou.
Segundo a amiga, a possibilidade
de ter sido um crime motivado por roubo é surpreendente. "Doi saber que
ela sofreu cada golpe daquele. É brutal, e quando a gente é mulher, saber que
pode ter sido por uma banalidade faz a gente pensar que poderia ter sido
qualquer uma de nós", lamenta.
Os alunos de Rosângela
vão homenagear a professora no pátio da Faculdade Santo Antônio, onde a vítima
trabalhava, na noite desta segunda-feira.
Fonte: Correio, com fotos
reprodução.
Nenhum comentário:
Postar um comentário