Terminal Central,
terça-feira (14), 14h15. Os passageiros já estão acomodados aguardando a
partida do ônibus número 13504 da empresa Rosa, linha Uefs Direta, após uma
espera de, pelo menos, 20 minutos. Subitamente, os passageiros são convidados a
desembarcar. Motivo: a buzina está sem funcionar. Todos descem e embarcam no
veículo à frente, número 13502, cujo itinerário é diferente: Uefs via
Sobradinho.
Avenida Maria Quitéria,
quarta-feira (15) pela manhã. Quem aguarda o ônibus com destino à mesma Uefs
precisa prestar muita atenção. É que mal se veem as luzes do painel eletrônico
que indica o destino do veículo. À distância, não se vê nada. O ônibus pertence
à mesma empresa, Rosa, só que o número de ordem é 4062.
Esses são os ônibus que
agora levam os feirenses para suas atividades diárias. Quem se dá ao trabalho
de examinar a origem destes veículos identifica placas de Tatuí e de
Itapetininga, por exemplo, cidades do interior paulista. Com uma porta na
frente e uma única no meio, lembram, e muito, os modelos antigos que ainda
rodam pela periferia da cidade de São Paulo.
Para circular nesses
veículos, os feirenses são obrigados a desembolsar R$ 3,65. Ou R$ 3,32, caso
adquiram o cartão, antecipando receita para as empresas. Isso quando os
veículos passam pelos pontos: as esperas costumam ser prolongadas, conforme
reclamações dos usuários, sobretudo nos finais de semana.
Manchetes
Tem sido praxe a Feira de
Santana figurar nas manchetes por causa dos crônicos problemas no transporte
coletivo. Até paralisação de 10 dias aconteceu, com o caos se instalando num
momento em que a crise econômica já arruinava o comércio local. Fora as
constantes greves dos rodoviários e os protestos dos moradores, inconformados
com a precariedade.
O recente episódio do
“sumiço” dos 51 ônibus, porém, foi antológico, digno de desafiar a capacidade
criativa de qualquer ficcionista. Enquanto os veículos repousavam numa fazenda
em Serrinha, os feirenses penavam nos pontos, sob o sol implacável de janeiro.
O desenlace do imbróglio, como não poderia de ser, foi infeliz para o usuário,
já que os badalados ônibus novos foram retirados de circulação.
Tarifa cara e escassez de
ônibus funcionam como poderosos estímulos para o transporte irregular. Quando
se acrescenta à receita a tradição – os “ligeirinhos” são antigos no município
– entende-se, facilmente, porque formas “alternativas” de transporte atraem
tantos feirenses, principalmente nos horários de pico.
Na licitação recente, a
Feira de Santana perdeu uma oportunidade única de tentar discutir e aprimorar o
seu mal-ajambrado sistema de transporte público. E a entrada em circulação de
veículos com os problemas observados acima trazem a inquietante sensação de que
tempos passados – mas nem tão distantes – podem estar de volta.
Por: André Pomponet
(Tribuna Feirense)
Na verdade tudo isso já estava previsto até pór que o Prefeito da nossa Cidade não tem capacidade para combater os clandestinos...ele tem que passar a fiscalização para as próprias Empresas de Ônibus contratarem seus fiscais,como era no Passado na época da Empresa RS SILVA que não deixou um clandestino na Cidade...quem lembra dessa época?
ResponderExcluirPq vc mesmo não passar a fiscalizar os ligeirinhos meu caro, os mesmo que alguns meses tirou a cidade de Feira de Santana do caos do transporte público.
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