
Liderado por Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, que cumpre sentença de 44 anos, principalmente por assalto a bancos, no presídio de segurança máxima de Presidente Venceslau II, a facção criminosa PCC tinha a pretensão de combater a opressão dentro do sistema prisional paulista, mas acabou se tornando o maior distribuidor de drogas do país. Mas, de acordo com a avaliação de policiais, Júnior não tem o mesmo lastro que o PCC teve para se firmar. “São realidades diferentes. O PCI não tem lastro político. O problema é que no plano local ele está aterrorizando a região de Cachoeira”, destacou o delegado titular da cidade, Laurindo Neto.

“Precisamos do apoio da comunidade para prender Júnior”. Esta é a avaliação da subcomandante do pelotão da Polícia Militar de Cachoeira, sargento Genilsa Silva. Ela destaca que o traficante conta com o apoio da comunidade, seja por conveniência, seja por medo.
“As pessoas precisam denunciar onde ele está para que nós possamos prender ele. Muitas vezes, recebemos pistas falsas. Isso acontece por medo e também com a conivência com o traficante”, diz. A sargento destaca ainda que a geografia da histórica cidade, cheia de morros e ladeiras, conta a favor de Júnior. “Ele nasceu em Cachoeira e conhece todos os becos”. O pelotão de Cachoeira conta com cerca de 30 policiais vinculados à 27ª Companhia Independente da Policia Militar, sediada em Cruz das Almas. A PM atua em ações conjuntas com a Polícia Civil na caçada contra Júnior. Para cumprir sua missão criminosa, Júnior conta com alguns apoios: a geografia de Cachoeira, o silêncio dos moradores e a proteção de comparsas adolescentes.
“Recentemente, a polícia apreendeu menores de idade que traziam de Feira de Santana três escopetas para Júnior. Ele usa menores para facilitar as fugas e não ter complicações para ele”, contou o delegado Laurindo Neto. Moradores do bairro Viradouro, onde Júnior tem forte influência, tremem só de ouvir o nome do traficante. “Ele vive por aí. Pede a gente para guardar coisa aqui, mas se eu falar qualquer coisa, morro”, contou uma dona de casa que, ao ser informada do teor da reportagem, saiu correndo para dentro de casa. Comportamento seguido pelos outros moradores que se aglomeraram no entorno do carro do CORREIO.
Reportagem de Jorge Gauthier (Correio)
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