terça-feira, 30 de novembro de 2010

Lotação da carceragem do Complexo Policial extrapola a capacidade e policiais temem que ocorra nova rebelião

Sem definição por parte da justiça, as polícias Civil e Militar de Feira de Santana continuam cumprindo com o seu dever e realizando prisões em flagrante, agravando a situação do Complexo Policial Investigador Bandeira, que já não comporta mais presos. Apesar disso, os flagrantes continuam sendo lavrados e devido a superlotação das celas, dezenas de presos estão dormindo fora delas - conforme pode ser percebido pelas fotos - o que provoca um clima de tensão para os policiais que trabalham diariamente no local.
A capacidade da carceragem do Complexo Policial é para no máximo 40 presos, mas está ocupada com cerca de 175. Para complicar a situação, o Presídio Regional de Feira de Santana também está com sua capacidade superlotada e as transferências feitas não resolvem o problema.
O Coordenador Interino da Polícia Civil em Feira de Santana, delegado Madson Sampaio informou recentemente ao repórter Denivaldo Costa que o assunto é de conhecimento da Secretaria da Segurança Pública, Ministério Público e demais envolvidos. Os policiais que trabalham no local consideram o Complexo como um mini-presídio e temem que ocorram rebeliões.

Na manhã desta terça-feira (30), vários policiais civis e membros do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia, (SINDPOC), representado pelo vice- presidente Marcos Mauricio discutiram entre outros assuntos,a questão da carceragem que expõe os policiais do plantão ao risco de morte e de serem tomados como refém.

O juiz Fred Pita Lima já autorizou a transferência dos presos, conforme declarações de Madson, mas não há vagas no Conjunto Penal. Os ofícios já foram enviadas as instâncias superiores. O Problema é que não há vagas no sistema carcerário da Bahia. A direção do conjunto penal de Feira de Santana informou para o Blog Central de Polícia que não há vagas e recebeu 5 detentos do Complexo pois foi um pedido especial e emergencial do delegado.

Em entrevista coletiva, o sindicalista Marcos Mauricio informou que solicitará um pedido judicial de interdição da carceragem e passará instruções aos policiais. “ Não é responsabilidade do policial tomar conta de presos custodiados e sim do estado", declarou Marcos.
Em gestões anteriores, sempre que ocorria superlotação no Complexo Policial, a segurança era reforçada com a presença de prepostos da Polícia Militar, mas até o momento não é percebida a presença de tal reforço.

O delegado Madson Sampaio foi incisivo na última entrevista que deu sobre o assunto, alegando que a situação tende a piorar, pois a polícia continuará fazendo o seu papel, prendendo quem estiver agindo contra a lei.

Por: Rivaldo Ramos e Denivaldo Costa

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