Embora nos dias atuais se tenha uma grande facilidade de acesso a informações, a métodos contraceptivos é cada vez maior o número de adolescentes com idades entre 10 e 17 anos, que queimam uma importante etapa da vida e de forma precoce se tornam mães antecipando responsabilidades que deveriam ter anos mais tarde.
No entanto este número crescente de jovens mães é a realidade presente em pesquisa realizada pela Fundação Hospitalar de Feira de Santana que registra um aumento exponencial no número de atendimento em suas unidades. 75% destes atendimentos são para meninas e adolescentes gestantes. O ano de 2018 fechou com um dado estarrecedor: cerca de 1500 jovens nessa faixa etária ficaram grávidas na cidade, o número que por sinal é o maior registrado dos últimos sete anos.
Segundo especialistas, a idade mais apropriada para ser mãe é entre os 20 e 35 anos, já que o risco para a saúde da mãe e da criança é muito menor. A gravidez na adolescência é considerada de alto risco e implica em mais complicações. A adolescente não está preparada nem física nem mentalmente para ter um bebê e assumir a responsabilidade da maternidade.
Por descuido ou por falta de orientações, no âmbito regional, o número de casos de gravidez de meninas com até 17 anos, cresceu assustadoramente. Segundo dados disponibilizados pela Fundação Hospitalar, em 2011, não houve registro, em 2012 foram 2 casos, 2013 subiu para 9, em 2014 para 40, 2015 para 151, 2016 pulou para 366 e em 2017, 1.329 casos. Já em 2018, 1.508 meninas se tornam mães, sendo que deste total, de 10-14 anos foram 48 gestantes e de 15-18 anos foram 1.460 gestantes. De acordo com a presidente da Fundação Hospitalar, Gilbert Lucas, março, abril e dezembro são os meses em que há uma quantidade mais expressiva de partos.
“Conforme as estatísticas, realizadas anualmente, nós temos os meses de março, abril e dezembro em que a demanda de partos, principalmente na adolescência é grande, com o aumento de 15 a 20% no número de atendimentos”, disse.
Com relação à parte educativa, Gilbert frisou que as orientações em palestras e escolas são de extrema importância. “Temos o apoio de psicólogas, de assistentes sociais, do conselho tutelar, em determinadas situações, além da equipe de multiprofissionais para dar um suporte. Porém, a parte educativa é muito importante, e maiorias das escolas já fazem esse trabalho”, disse. “Os números de gestações na infância e adolescência cresceram muito e isso é preocupante. Vale ressaltar que a gravidez nesse período da vida gera um grande risco de um parto prematuro e de problemas com as mães. Os indicadores mostram que a maioria destes partos acontecem com 7 meses e os bebês vão precisar de UTI Neonatal ou berçário de médio risco”, completou.
Diante desta situação, foi sancionada a lei que cria a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, com o objetivo de disseminar informações sobre medidas preventivas a fim de reduzir esta incidência. A medida passa a ser incluída no artigo do Estado da Criança e do Adolescente (ECA) e deve ser comemorada na primeira semana de fevereiro.
Folha do Estado
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