De acordo com os promotores de Justiça responsáveis pela
investigação, que também contou com o apoio da Coordenadoria de Segurança
Institucional e Inteligência (CSI) e do Centro de Apoio Operacional às
Promotorias de Proteção à Moralidade Administrativa (Caopam), foi constatado
que a Coofsaúde, cooperativa que fornecia mão de obra na área da saúde,
recebeu, entre 2007 e 2018, quase um R$ 1 bilhão proveniente de contratos
celebrados com diversos municípios baianos e com o Governo do Estado.
Durante a fiscalização realizada pela CGU no município de
Feira de Santana foram identificadas diversas irregularidades nos processos de
contratação da Coofsaúde, como a ausência de projeto básico ou termo de
referência, vícios nas cotações de preços para definição do orçamento de
referência, cláusulas restritivas no edital e irregularidades na própria
condução dos certames, com favorecimento para a Cooperativa investigada. Além disso,
foi constatada a falta de controle sobre os pagamentos realizados, o que
permitiu a ocorrência de superfaturamento.
Nas investigações do Gaeco da Bahia, verificou-se também
fraude nas escalas de plantão de profissionais como médicos, odontólogos e enfermeiros,
gerando excedentes financeiros que eram repassados aos integrantes da
organização criminosa depois de passar por mecanismo de lavagem de dinheiro,
envolvendo transações para “laranjas” e empresas de fachada.
Tais práticas geraram para a Administração Municipal de
Feira de Santana, entre 2016 e 2017, um prejuízo de aproximadamente 24 milhões
de reais.
A estimativa inicial do total de recursos desviados por meio desse esquema supera o montante de R$100 milhões, nos últimos três anos, uma vez que a Cooperativa vinha atuando em vários municípios baianos.
Participaram da ação de hoje 21 promotores de Justiça de
diversos municípios baianos, 19 auditores federais de finanças e controle da
CGU, 21 auditores fiscais da Receita Federal do Brasil e nove analistas
tributários da Receita Federal do Brasil, além de 122 policiais rodoviários
federais.
O nome da Operação “Pityocampa" refere-se à
lagarta Thaumetopoea Pityocampa, também conhecida como lagarta do pinheiro, que
corrompe os pinhais, plantação que simboliza o cooperativismo.
A coletiva de imprensa será concedida às 14h, na sede da Promotoria de Feira de Santana, localizada à Rua Miranda, n 655, Mangabeira.
A coletiva de imprensa será concedida às 14h, na sede da Promotoria de Feira de Santana, localizada à Rua Miranda, n 655, Mangabeira.
FONTE: MPE, com imagens divulgação/reprodução.
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