O transporte clandestino é uma realidade nas cidades
brasileiras e cada dia que passa os governos municipal e estadual vem perdendo terreno para esse
meio de locomoção de passageiros, popularmente conhecido como ‘ligeirinho’. Não
é preciso ser especialista em fiscalização para perceber a presença desse tipo
de transporte em Feira de Santana. São veículos espalhados em pontos
estratégicos onde há grande volume de passageiros e até abertamente são
disputados aos gritos pelos condutores.
Boa parte dos que exploram esse transporte age de forma irresponsável e
circula em desenfreada velocidade para se esquivar da fiscalização, sem
respeitar outros condutores e leis de trânsito. Mas, atualmente, os ‘ligeirinhos’
não estão tendo o trabalho de fugir de prepostos da Secretaria Municipal de Transporte
e Trânsito (SMTT), segundo relato de um dos condutores, ao repórter Elias Lúcio,
do Jornal Transamérica. Ele reclama da concorrência no transporte clandestino e
chega a apelar pela fiscalização.
“Eu sou ligeirinho, sou clandestino, não tenho condições de
trabalhar. Tive um acidente na perna e não posso pegar peso, então tenho meu
carrinho dentro de casa e é a única forma que eu tive de trabalhar. Estou há 3
anos aí, rodando na linha. Já estava acostumado com a fiscalização, mas parece
que a fiscalização deu um ‘gelo’, ninguém sabe que acontece alí, dentro daquela
secretaria, porque os ligeirinhos estão esculhambando em Feira de Santana, em
ponto de ônibus”, reclama.
Sem se identificar, o condutor de ligeirinho disse que
percebeu a falta de fiscalização ao transporte clandestino há cerca de dois
meses. Ainda de acordo com ele, não tem o que comemorar por causa da concorrência.
“ A gente tava acostumado, como dizem eles – pega-pega, e alí, a gente tinha
nossos ‘dribles’ e vivia desse jeito”, acrescentou.
Ainda de acordo com o clandestino, mesmo com a fiscalização
da SMTT, ele conseguia fazer em torno de 10 corridas por dia e descontadas
despesas de combustível e alimentação ficava com o lucro de R$ 70 a R$ 80. Sem
a fiscalização e com a concorrência de outros ‘ligeirinhos’ as corridas caíram para
6 ou 7 por dia. “Até pra gente do clandestino, tá ruim a situação agora”,
conclui.
Blog Central de Polícia, com informações de Elias Lúcio
(Jornal Transamérica) e imagem ilustração/reprodução.
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