Pelo menos 14 detentos suspeitos de envolvimento na rebelião
que aconteceu no dia 24 de maio de 2015 estão prestando depoimento nesta
segunda-feira (13), no Salão do Júri, no Fórum Desembargador Filinto Bastos, em
Feira de Santana.
Presidida pela juíza Márcia Simões, e acompanhada pela
promotora Semeane Cardoso e advogados, os detentos estão sendo ouvidos pelos 9
homicídios e 5 tentativas de homicídio que ocorreram no interior da unidade
prisional.
Segundo o advogado Guga Leal, que representa alguns dos
presos, a audiência de instrução está na primeira fase, quando serão ouvidos os
acusados e testemunhas de acusação e defesa. “Nessa primeira fase, todos serão
ouvidos e ao término das ouvidas a juíza decide se pronuncia pela realização do
júri popular”, relatou o advogado.
Guga Leal explicou que se a juíza determinar pela realização
do júri, não há previsão quando o mesmo acontecerá. Indagado pelo repórter Denivaldo Costa se
algum familiar de detento que morreu durante a rebelião ingressará com pedido
de indenização, o advogado disse que há movimentação neste sentido e que ele
mesmo já ingressou com um processo para atender a família de um cliente que
estava sob a custódia do Estado.
Inquérito da Polícia Civil
A Polícia Civil concluiu o inquérito que investigou os 9
assassinatos ocorridos durante uma rebelião no mês de maio de 2015 no Conjunto
Penal de Feira de Santana. De acordo com o coordenador regional, João Rodrigo
Uzzum, 19 pessoas foram indiciadas, sendo expedidos o mesmo número de mandados
de prisão e dezoito cumpridos.
O delegado informou ainda que as investigações apontaram
Ronilson Oliveira de Jesus, também conhecido como ‘Rafael’, como mandante dos
homicídios. Mesmo fora do presídio, Rafael, teria ordenado que seus comparsas
presos matassem detentos de outra facção liderada pelo presidiário conhecido
como ‘Deraldinho’, também assassinado durante a rebelião. O motivo seria a
disputa pelo tráfico de drogas que existe no presídio,segundo o delegado. “Isso
movimenta uma grande quantia em dinheiro no presídio”, destacou Uzzum.
A rebelião
No inicio da tarde de
domingo (24/5/2015), os detentos do Pavilhão 10 do Conjunto Penal de Feira de
Santana se recusaram a voltar para as celas, após o horário de visita, e deram
inicio a uma rebelião no pátio onde tomam banho de sol. Alguns familiares foram
mantidos como reféns, até o inicio das negociações.
De acordo com as
informações da polícia, não houve fuga de presos, porém pelo menos 9 detentos
foram mortos durante o motim e alguns chegaram a ser decapitados, enquanto outros
cinco ficaram feridos.
Os corpos foram arrastados e colocados em um dos acessos ao pátio. Os detentos que participaram da rebelião estavam armados com revolveres e facas.
O movimento foi encerrado
pela manhã de segunda, com a liberação das pessoas, que passaram a madrugada
dentro do conjunto penal. Com o fim da rebelião, após mais de 18 horas de
negociação, uma perícia e vistorias foram realizadas nas dependências da
unidade prisional. Durante a negociação com a polícia, os presos rebelados
entregaram um saco com três armas: dois revólveres e uma pistola.
As
negociações foram conduzidas pelo comandante do Comando de Policiamento
Regional Leste, coronel Adelmário Xavier. Também estiveram presentes o
secretário Estadual de Administração Penitenciária, Nestor Duarte, e membros da
comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Feira.
Blog Central de
Polícia, com informações de Denivaldo Costa e arquivo
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