quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Acusado de matar comerciante é julgado em Feira de Santana; vítima teve 90% do corpo queimado

Gerônimo Navarro da Silva Filho está sendo julgado hoje (27) no Fórum Desembargador Filinto Bastos, acusado de ter ateado fogo no comerciante Manoel  Carlos Santana, 61 anos, no mês de outubro de 2014, em Feira de Santana. A vítima teve 90% do corpo queimado e morreu no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA).
A defesa do réu está sendo feita pelo advogado Guga Leal e a acusação pelo promotor de Justiça Audo Rodrigues. O júri é presidido pela juíza Márcia Simões Costa.

O CRIME

Morreu na tarde de domingo, dia 19 de outubro de 2014, o comerciante Manoel Carlos Santana, de 61 anos, que teve 99% do corpo queimado. O crime aconteceu na tarde de sábado, 18, quando um homem invadiu o restaurante da vítima, localizado na Avenida João Durval, próximo ao viaduto em Feira de Santana.
Manoel estava internado em estado grave no Hospital Geral Clériston Andrade e não resistiu aos ferimentos.

De acordo com testemunhas, um homem conhecido como Júnior chegou ao local por volta de 16h. O comerciante teve os pés e as mãos amarrados enquanto os criminosos ateavam fogo ao seu corpo. Ele ainda conseguiu sair do estabelecimento e pedir a ajuda de pessoas que passavam pelo local, que conseguiram conter as chamas.

O restaurante da vítima foi destruído pelo fogo e teve toda a mercadoria perdida. O sofrimento do idoso foi registrado em vídeo.

ACUSADO SE APRESENTA

O acusado de ter ateado fogo, provocando a morte do comerciante Manoel Carlos Santana, 61 anos, se apresentou na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Feira de Santana, na manhã de quarta-feira (22/10). Gerônimo Navarro da Silva Filho, também conhecido como Júnior ou Cabelinho, estava acompanhado de dois advogados.
Apontado como autor do crime que chocou a população feirense, Gerônimo prestou depoimento ao delegado João Rodrigo Uzzum. Apesar de ter sua prisão preventiva decretada, o acusado foi  liberado na época, devido ao Código Eleitoral (caput do art.236). Desde a terça-feira (21) até 48 horas após o encerramento das eleições, nenhum eleitor poderia ser preso ou detido, salvo em flagrante delito.

MOTIVAÇÃO DO CRIME

De acordo com o delegado João Uzzum, o objetivo de Júnior era matar a mulher da vítima, Vera Lúcia, por conta da desocupação de um imóvel ocupado pelo acusado e sua mãe.

“Essa senhora adquiriu um imóvel há muitos anos no conjunto Feira IX por meio de financiamento, passou pra frente e não transferiu o imóvel. Muita gente morou lá, sendo que a última foi a mãe de Junior. Esse imóvel foi a leilão, porque havia uma empresa em nome de Vera Lúcia e a Justiça do Trabalho leiloou para pagar verbas rescisórias da empresa e essas pessoas foram intimadas a saírem do imóvel - que foi uma situação legal. Mas esse indivíduo não satisfeito resolveu matar a senhora Vera Lúcia. Ele foi ao local, encontrou o esposo dela, que não tem nada a ver com o caso, e cometeu esse crime bárbaro e covarde”, contou o delegado.

Ainda de acordo com o delegado, a vítima disse o nome do acusado antes de morrer. Várias testemunhas foram ouvidas e imagens do local ajudaram no reconhecimento dele. A polícia investiga a participação de uma segunda pessoa na cena do crime.

PRISÃO DO ACUSADO

O homem suspeito de algemar e tocar fogo no comerciante Manoel Santana, 61 anos, em Feira de Santana,foi preso na tarde desta quarta-feira (29/10), na zona rural do município de Santo Estêvão.
Gerônimo Navarro da Silva Filho, de 29 anos, já tinha se apresentado à polícia na última semana, mas não pôde ficar preso devido ao ordenamento legal que impede detenções, salvo em flagrante, dias antes das eleições. Ele foi levado para o complexo policial de Feira de Santana.
De acordo com Ricardo Britto, delegado regional da Polícia Civil de Feira de Santana, Gerônimo estava em uma casa abandonada e se preparava para fugir, quando foi pego pela polícia.

Em depoimento prestado na semana anterior, o suspeito do crime disse que estava à procura da esposa da vítima, para esclarecer uma situação da penhora de um apartamento comprado pela mãe dele.

A esposa do comerciante já tinha denunciado que a família era alvo de ameaças, por conta da penhora de um imóvel. A polícia já sabia quem era o suspeito e fazia buscas, até ele se apresentar.

Blog Central de Policia, com informações e imagens de arquivo.



Nenhum comentário:

Postar um comentário