sexta-feira, 22 de julho de 2016

Julgamentos são adiados em Feira de Santana por falta de verba para alimentação dos jurados

A juíza Lisiane Souza Alves Duarte, da Comarca de Feira de Santana, desmarcou alguns julgamentos que aconteceriam no município, por conta da falta de verba para custeio dos jurados e de quem auxilia nos serviços.

Em despacho, conforme noticiado pelo Bahia Notícias, Lisiane afirma que chegou a ligar para a juíza Jacqueline de Andrade Campos que a orientou a realizar o pagamento da alimentação por meio de indenização, mas que as empresas que prestavam o serviço não haviam aceitado.

Diante disso, o aumento da verba deverá passar por processo licitatório e os julgamentos foram agendados para o mês de agosto.
O fato pegou muitos advogados de surpresa e gerou a insatisfação também dos seus clientes. O advogado Guga Leal relatou ao repórter Denivaldo Costa,  que para sua surpresa, o júri de um cliente seu estava agendado para o início de junho, mas foi desmarcado por falta de alimentação. “Eu nunca tinha visto isso na história de Feira de Santana, e nem em local algum”, declarou.

O advogado acrescentou que outro júri agendado para o dia 14 de julho, também foi suspenso pela mesma alegação. Ele frisa também que a juíza Lisiane está prestando um excelente trabalho na Vara do Júri, mesmo sem substituição, realizando sessões semanalmente e os adiamentos atrapalham. “Como é que podemos falar em Pacto pela Vida se na Vara do Júri falta juiz titular, promotor titular, alimentação...”, desabafou.

OAB
O presidente da Comissão de Fiscalização e Apoio aos Advogados, advogado Marco Aurélio, também corrobora com as críticas do colega Guga Leal. “Nós advogados ficamos numa situação bastante complicada, nós somos cobrados pelos nossos clientes, sobretudo aqueles que se encontram encarcerados, aguardando julgamento”.

De acordo com Marco Aurélio, a OAB tem buscado medidas e diálogo para solucionar o problema. Ele informou que a Comarca de Feira de Santana dispõe de uma verba para custeio de alimentação da cada sessão de julgamento e a unidade gestora tem autonomia para gastar a cada 60 dias a quantia de R$ 5.600 para a alimentação de todas as pessoas envolvidas, jurados, policiais militares que fazem a segurança, os serventuários, advogados, juiz, promotores, etc...

Marco Aurélio explicou ainda que por conta dos cinco julgamentos que estavam ocorrendo por semana na Comarca de Feira, com o custo de R$ 1.200 ao final das sessões, o valor excederia, fato comunicado ao Tribunal de Justiça. “Passando esse valor, foi informado à magistrada (Lisiane), pela desembargadora que atua nessa parte de gestão financeira, que o aumento teria que se dar através de processo licitatório. O Tribunal já sinalizou que está tomando as providências. Acresditamos que os júris designados para o mês de agosto serão realizados sem problema”, pontua o advogado.

Para ele, a situação abre precedente para réus presos, que tem que ter prioridade e podem alcançar a liberdade por falta de julgamento, porque embora estejam denunciados, o processo deve ser julgado num prazo razoável. “ Quando o prazo se extrapola, pode ser alcançada a liberdade através de habeas corpus, por excesso prazal da prisão temporária”, conclui.

Blog Central de Polícia, com informações de Denivaldo Costa e imagens/reprodução.



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