quarta-feira, 18 de maio de 2016

Dia Nacional da Luta Antimanicomial: Hospital Lopes Rodrigues abriga pouco mais de 100 internos

Neste dia 18 de maio é comemorado o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, movimento ligado à Reforma Sanitária Brasileira. Como processo decorrente este movimento existe a Reforma Psiquiátrica, definida pela Lei 10216 de 2001 (Lei Paulo Delgado), que dispõe da reformulação do modelo de Atenção à Saúde Mental, transferindo o foco o tratamento que se concentrava na instituição hospital, para uma Rede de Atenção Psicossocial, desenvolvida pelos CAPs – Centro de Atenção Psicossocial. Também se busca o resgate dos pacientes ao seio da família. O propósito Lei Paulo Delgado, é a extinção progressiva dos manicômios.
Em Feira de Santana, esse processo de desinstitucionalização já vem ocorrendo no Hospital Especializado Lopes Rodrigues (HELR), também conhecido como Hospital Colônia, conforme dados da diretora da instituição, Irací Leite.

Segundo ela, de 2013 até este ano, 87 moradores da instituição psiquiátrica já foram desinstitucionalizados; ou seja, transferidos para os CAPs ou para as famílias. “Parece um número pequeno, mas é um número grande. Foram reintegrados para as famílias ou para residências terapêuticas. Essas residências tem em Salvador, Feira, e a inauguração de outras residências favoreceu a ida para outros municípios, a exemplo de Coração de Maria, Iaçu, Euclides da Cunha, Araci, e recentemente, nós levamos 8 moradores para uma residência terapêutica no município de Itapetinga”, informa a diretora do HELR.
Iraci Leite explica que a proposta da reforma psiquiátrica é reduzir gradativamente o número de moradores, hoje estimado em 106, e que o hospital tem um atendimento 24 horas para pacientes em crise. “Ele é acolhido, proveniente de Feira de Santana e outros municípios, trazidos pelas famílias, SAMU ou polícia; atendemos e depois da avaliação da equipe ele é liberado ou fica em observação e fica internado por um curto período”.
Questionada sobre a impossibilidade de idosos que tem parentes com transtornos e violentos, Iraci Leite, que eles devem passar pelos CAPs, pois atendendo a nova determinação, o hospital só recebe o paciente que está em crise, exceto idoso, criança e adolescente. O hospital também não atende pacientes viciados em drogas ou álcool.
A diretora do HELR explicou ainda que todo morador que sai do HELR passa por um trabalho minucioso, para que seja acolhido pela família ou residência terapêutica.
Com relação a fuga de internos ela informou que ainda existe, mas tem diminuído com o trabalho da segurança e a instalação de câmeras em algumas áreas. E quando ocorre a fuga, segundo ela, é aberta sindicância para apurar como aconteceu o fato.
Blog Central de Polícia, com informações de Denivaldo Costa.

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