quarta-feira, 20 de abril de 2016

Exército Brasileiro: Comandante do 35º BI fala das comemorações e explica como funciona a instituição


O Exército Brasileiro comemora esta semana 368 anos de história e uma série de eventos marca a data história em batalhões espalhados pelo país, e um deles é o 35º Batalhão de Infantaria de Feira de Santana, que realizou uma solenidade nesta terça-feira (19), com a entrega de medalhas militares, bem como diplomas de Colaborador Emérito do Exército a personalidades que tem contribuído com o batalhão instalado em Feira.
Na oportunidade, o comandante do 35º BI, Tenente Coronel Cláudio Eduardo Bouças, formado na turma de 1994 da Academia das Agulhas Negras, concedeu uma entrevista exclusiva ao Blog Central de Polícia, explicando o funcionamento do batalhão de Feira de Santana, e esclarecendo dúvidas que a população tem sobre o Exército. Segundo Eduardo Bouças, “é um privilégio e satisfação fazer parte da história desta unidade (35º BI), e estar aqui em Feira de Santana, onde foi bem recebido”.

CP - Qual a importância do Exército Brasileiro?
Eduardo Bouças - Aquí, o batalhão participa de diversas atividades; nós somos como o nosso slogan ‘Braço Forte, Mão Amiga’. O Braço Forte para se preparar para qualquer eventualidade, qualquer necessidade, e a Mão Amiga, porque nós realmente participamos em ações subsidiadas junto à sociedade, junto ao povo de Feira de Santana e seus arredores também.

CP - Houve uma solenidade para marcar o aniversário do exército?
EB - Comemoramos o aniversário do nosso Exército, são 368 anos, história essa que vem de 1648, na Batalha dos Guararapes, contra os invasores holandeses; uma tropa que naquela época era extremamente especializada, preparada e que o nosso povo se uniu pra combater o invasor.

CP - Qual é o efetivo do exército em Feira, e como funciona a Vila Militar?
EB - Temos no total, entre oficiais, subtenentes, sargentos, cabos e soldados, 521 militares, entre homens e mulheres também. Nós temos dentro da nossa área militar, duas vilas militares, uma dos oficiais e uma vila de subtenentes e sargentos, com seus familiares, seus filhos vivendo aqui.

CP - Há quanto tempo existe o 35º BI?
EB - Nosso batalhão foi fundado no dia 5 de julho de 1968, então é um batalhão que tem uma história longa em Feira de Santana; participa do dia a dia das atividades da região.

CP - Com qual idade o jovem ingressa no exército e como seguir carreira?
EB - O jovem que ingressa no Exército aos 18 anos e permanece no tempo máximo de oito anos, que é o serviço obrigatório, e logo em seguida, por meio de engajamento, ou seja, através de conceito que ele vai obtendo dentro do exército pode permanecer no tempo máximo de oito anos. Se ele quiser seguir a carreira dentro das Forças Armadas, em particular no Exército, existem várias portas de acesso: ele pode ser oficial do Exército, prestando concurso para a Academia Militar das Agulhas Negras, que é na área combatente de infantaria, cavalaria, de artilharia, engenharia, comunicações e intendência, além de material bélico. Ele também pode prestar concursos depois de formado em algumas áreas; para Escola de Saúde ou Escola de Formação Complementar, que fica ‘aquí’ em Salvador e ele pode ser sargento do Exército também, prestando concurso para a Escola de Sargentos das Armas.

CP - Como é o treinamento diário; é rigoroso?
EB - De fato, nosso treinamento é bastante rigoroso. A gente exige bastante, até porque o soldado tem que estar preparado pra situações diversas e na hora em que elas aparecem nós temos que estar preparados, e não há tempo pra ficar, durante o evento, se preparando; agora o fato é que todo esse adestramento, preparação, segue um programa: são os programas padrões que nós vamos desempenhando de forma gradual, à medida que o soldado vai absorvendo aquele conhecimento básico para o seu adestramento.

CP - Quem não ‘anda na linha’, a punição é severa?
EB - É previsto sim. Nós temos regulamento disciplinar do Exército; é lógico que é dada ampla defesa para todo militar. Nós fazemos a apuração, normalmente a abertura de uma sindicância ou de um fato de apuração de transgressão disciplinar, e obviamente se ele contrariar algum regulamento e se estiver claro isso daí, ele pode vir a ser punido.

CP - O soldado ganha salário?
EB - Ele é um serviço militar obrigatório, mas ele (soldado) tem o salário dele, que recebe mensalmente e de forma regular, sem problema nenhum.

CP - Além dos treinamentos, outras tarefas são exercidas?
EB - Aqui nós temos o nosso adestramento, tem a parte do serviço diário, que faz a segurança das nossas instalações e também a parte voltada para a manutenção das instalações.

CP - Vocês estão preparados para uma guerra?
EB - Como eu disse, o Exército Brasileiro, o nosso em particular tem o slogan Braço Forte, Mão Amiga. O braço forte: já tivemos a oportunidade, inclusive, de ter uma tropa do 35º BI atuando no Rio de Janeiro e também no Haiti; então, nós temos essa possibilidade de operar armas em outros países ou em outros estados, e tem o lado voltado para as ações subsidiadas. Recentemente tivemos a oportunidade de colaborar com o combate ao mosquito Aedes Aegypti.

CP - Também o trabalho com carros-pipa?
EB - Perfeitamente! O batalhão participa da operação de carros-pipa com a fiscalização da distribuição da água, visitando os municípios, os postos de abastecimento, os mananciais, fiscalizando os ‘pipeiros’, os veículos que são empregados também nessa atividade.

CP - Como é a fiscalização de armazenamento de explosivos?
EB - O batalhão, em particular, tem uma seção de fiscalização de produtos controlados, com uma equipe que rotineiramente vai a campo, fiscalizando quem tem o domínio, o controle, a produção e armazenamento de materiais controlados.

CP - O soldado sai disciplinado do Exército?
EB - Ele sai daqui, realmente disciplinado, porque a gente inculte valores, a gente inculte responsabilidades nos jovens que por aqui passam. A intenção é formar homens cada vez melhores, não só como soldado, mas prioritariamente como cidadão também.

CP - Qual a dica para quem quer ingressar e seguir a carreira de militar?
EB - A dica que eu dou para quem quer seguir carreira no exército é se preparar, estudar, porque o concurso é de âmbito nacional, é exigente, complexo; então, estude, procure de preferência fazer um cursinho específico também e eu garanto que quem se dedicar, vai alcançar o sucesso.

Blog Central de Polícia/ Denivaldo Costa.

Um comentário:

  1. Falou-se muito pouco sobre o passado histórico das Forças Armadas, principalmente do Exército, que até 1822 eram, na verdade, forças das Armas Portuguesas. Só em 1822 deu-se início a criação das Forças Armadas Brasileira. Antes de 1822 era vedado aos brasileiros servirem na Marinha e o primeiro Batalhão do Exército genuinamente brasileiro foi formado em 1822 e a primeira Bandeira foi entregue ao Tenente Luiz Alves de Lima e Silva.A primeira mulher a servir como soldado no Exército Brasileiro ou americano, foi Maria Quitéria de Jesus. E a segunda do Mundo a servir em Forças Armadas. A primeira foi Joana D'Arc.

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