sábado, 14 de dezembro de 2013

Clériston Andrade está degradado, conclui TCE

O relatório de auditoria e inspeção realizados pelo Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE) mostra que o Hospital Regional Clériston Andrade (HRCA), em Feira de Santana, está em situação precária, sem condições de funcionamento.

De acordo com os auditores do TCE, que realizaram visita à unidade entre 3 de setembro e 6 de novembro de 2012, "a unidade está totalmente degradada, apresentando paredes rachadas, telhado comprometido, infiltrações e alagamentos, instalações elétricas e hidráulicas danificadas", dentre outros aspectos.

O hospital, aponta o TCE, funciona há oito anos sem alvará sanitário, em virtude dos problemas de infraestrutura e higiene. Além disso, uma unidade de pacientes de longa permanência está interditada, por problemas detectados pela Vigilância Sanitária em 2010.

O relatório foi apresentado no plenário do TCE na última quinta-feira, quando foi dado prazo de 30 dias para que a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) apresentasse explicação conclusiva sobre a morte da empregada doméstica Alzira Ribeiro, no dia 26 de outubro deste ano.

Como noticiou nesta sexta-feira, 13, A TARDE, a paciente estava ligada a aparelhos na semi-UTI, chamada Sala Vermelha, quando houve um apagão. A sala não estava ligada aos geradores de energia, e a paciente morreu, após os aparelhos desligarem.

O relator do processo de auditoria e inspeção, o conselheiro Pedro Lino, sugeriu que fosse dado prazo de 90 dias para que a Sesab apresentasse um plano de reestruturação do hospital. A proposta não foi acatada durante a sessão realizada na quinta-feira.

Nova inspeção

Como o processo levou mais de um ano para ir a plenário, uma equipe de auditores retornou ao Clériston Andrade nos dia 4 e 5 deste mês.

"A situação é a mesma. Nada de novo foi feito para modificá-la, somente a mudança da sala da diretoria geral para próximo do centro cirúrgico", disse Fred Santana Sampaio, analista de controle externo do TCE.

Sampaio disse que o hospital já tinha também ligação das dependências da semi-UTI com os geradores. "Mas o chefe da manutenção não garantiu que tudo estivesse funcionando. Eles farão uma parada no dia 17 (terça-feira) para verificar se o sistema está interligado".

Sindicância

O diretor do HRCA, José Carlos Pitangueira, informou que ainda não havia recebido notificação do TCE. "Não fomos comunicados oficialmente. Vamos aguardar", disse Pitangueira.

Pitangueiras disse que o órgão possui quatro geradores e sete transformadores, com capacidade de suportar até 12 horas de apagão. "Se hoje acontecesse outro apagão, todo o hospital estaria bem alimentado, como ocorreu na época (da morte de Alzira)", disse o diretor.

Luiz Alberto da Costa, presidente da comissão de sindicância instaurada para apurar se houve falha de equipamentos durante o apagão, disse que não há indícios de que o incidente tenha relação com a morte da paciente.

"O quadro clínico da paciente  era grave. Será que se não houvesse o apagão ela sobreviveria?", questionou.

As informações são do A Tarde.

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