“ Não pega nada”; câmeras do centro da cidade são ilusão, dizem comerciantes

Apesar da propaganda da Secretaria de Prevenção à Violência (SEPREV), de que o centro da cidade de Feira de Santana está na sua totalidade, cercado por câmeras, ocorrências foram registradas e dizem o contrário. Pelo visto, tudo não passa de propaganda enganosa. 

Nos últimos dias, duas pessoas morreram em hospitais do município, em decorrência de espancamentos registrados durante a micareta, mas as imagens, se é que elas existem, ainda não foram exibidas pelo órgão competente.

No dia 21 do mês passado, Antonio Carlos Mota, 47 anos, que residia na Chácara São Cosme, participava da festa e quando retornava do sanitário químico foi espancado por desconhecidos. Ele foi socorrido até o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) e morreu quatro dias depois.

Também no dia 21, o proprietário do trio elétrico Skândalo, Emerson Bergossi, 52 anos, foi agredido em pleno circuito da micareta quando desceu do veículo para reclamar de um folião que estava pendurado no trio. Ele foi agredido com um soco e bateu a cabeça em uma peça metálica do trio, e após dar entrada em um hospital particular, morreu na manhã desta segunda-feira (30). E as câmeras?

Além desses episódios registrados durante a micareta, também lembramos que na semana passada um jovem foi baleado dentro de uma joalheria no centro da cidade e os matadores fugiram do local, cruzando todo o comércio. A vítima foi Eric Almeida da Conceição, de 15 anos, residente no bairro do Tomba. Ele foi perseguido por dois homens que estavam em uma moto e foi baleado na rua 18 de Setembro.

 Nessa mesma rua e no dia 13 de julho do ano passado foi registrada a morte da promotora de vendas Joselita de Jesus Pedreira, 35 anos, baleada por um assaltante. O crime só foi desvendado por as câmeras de uma loja flagraram o bandido fugindo do local.

 Poderíamos exemplificar outros tantos crimes, mas concluímos o “nefasto” cronograma com a morte de uma mulher, esfaqueada por outra na Praça de Alimentação, em plena avenida Getúlio Vargas. A autora do crime foi localizada através de investigação dos policiais da Delegacia de Homicídios, já que as imagens não foram gravadas.

Foram poucas, as vezes que o coordenador da Polícia Civil, Ricardo Brito ratificou que as câmeras flagraram um assassinato no centro comercial de Feira de Santana.

Apesar da propaganda feita pela SEPREV, não foram mostradas estatísticas comprovando os frutos do monitoramento até o momento. As imagens poderiam ser disponibilizadas para a imprensa, com a finalidade de localizar os bandidos.

Nas entrevistas, o secretário Mizael Freitas dá voltas aos questionamentos, principalmente dos repórteres policiais, sobre a eficiência das câmeras e apresenta planos futurísticos. 

 “ Não basta apresentar números, mas soluções. Chega de blá,blá,blá. O centro da cidade não tem monitoramento “, disparou um comerciante que já teve o estabelecimento roubado várias vezes. Outros também concordam com ele.

Outro questionamento feito à SEPREV é sobre as saidinhas bancárias e até os arrombamentos de caixas eletrônicos no centro. Se há monitoramento, porque as viaturas da Polícia Militar não foram acionadas a tempo?

 Mais um fato a ser observado e que deveria ser cobrado pela prefeitura são as câmeras dos ônibus coletivos. Embora ocorram assaltos com freqüência, as imagens não são levadas para a Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos, para que os crimes sejam investigados. 

“ Quem amarga com o prejuízo é  sempre o usuário; afinal o setor público é um conto de fadas, vive de ilusões e fantasias com a finalidade iludir a comunidade para que ela tenha a sensação de segurança ’’, criticou um policial militar.

Parece que a única vigilância que funciona no centro são os "pardais" que multam os motoristas, embora a prefeitura alegue que a finalidade é educar os condutores.

Por: Rivaldo Ramos.