quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Empossados membros do Conselho Municipal de Segurança; imprensa fica de fora

De acordo com nota da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Feira, a campanha do desarmamento será tema da reunião realizada pelo Conselho Municipal de Segurança, empossado pelo prefeito Tarcízio Pimenta na semana passada. A reunião será realizada no dia 24 deste mês e discutirá entre outros assuntos a instalação de um Plano Municipal de Segurança Pública, a "Feira do Rolo" que funciona nos fundos do SAC e o projeto Toque de Acolher.

Os assuntos são bastante relevantes mas o Central de Polícia observa que o Conselho Municipal de Segurança é composto por 28 membros de diferentes segmentos da sociedade, porém um deles ficou no esquecimento: a imprensa. Ficamos sem saber porque nenhum membro da imprensa feirense foi convidado para integrar o Conselho e é bom frisar que todos os meios de comunicação, indistintamente, tem o seu papel preponderante na cobrança de ações das autoridades envolvidas na questão da segurança pública.

Acreditamos que tanto o Sindicato dos Radialistas ou o Sindicato dos Jornalistas poderiam contribuir na discussão dos problemas que afligem a população feirense. Sobre este assunto a equipe do Central de Polícia procurou profissionais que cobrem diariamente o setor policial para ouvir suas opiniões. Confira o que disseram alguns desses profissionais:

Aldo Matos, do programa Acorda Cidade ( rádio Sociedade )
“Quem sabe da violência em Feira são os repórteres que cobrem a área policial", disse Aldo Matos. Ele ainda destacou que não tem interesse em compor o conselho. " Só vai chamar a imprensa depois ". " Não vou, já pensou? Depois da posse do conselho é que vai convidar a imprensa?", questionou.

Virgílio Porto, do programa Rádio Repórter ( rádio Subaé )
" Errado. Deveria ser convidada, houve pecado da pessoa que fez a coordenação deste conselho. Já começou mal, deixando a imprensa de fora".

Fabio Negrini, do programa Jornal da Povo ( rádio Povo )
Na sua opinião foi um ato infeliz. " A imprensa é instituição que conhece mais da situação, pois vive o dia e registra os fatos. Já as outras instituições sabem dos fatos através dos programas jornalísticos", declarou Fábio.

Gleidson Santos, repórter do jornal Folha do Estado
" Isso é uma desvalorização da imprensa e principalmente com os profissionais que cobrem a área policial. Acho que eles não nos querem por perto".

Carlos Valadares, do programa Carlos Geilson ( rádio Subaé )
" Nota zero para esses organizadores, porque a imprensa faz parte do contexto da sociedade e tem influência com a comunidade e sempre passa essas informações".

Valdir Moreira, repórter do programa Dilson Barbosa ( rádio Sociedade de Feira )
“ Falha muito grande, área policial é essencial para um conselho. Imagine um grupo de religiosos católicos e evangélicos são convocados e a imprensa não. Quem sabe mais sobre a violência na cidade? O pessoal ouve da imprensa e ai sim fica sabendo sobre os assuntos “.

Mário Sepúlveda, site e programa Jornal da Povo ( rádio Povo )
“A imprensa participa do dia a dia e sabe muito, muito mais do que qualquer entidade, acho um erro excluir nossa classe de um conselho que fala justamente sobre a violência. É um erro”.

Ordachson Gonçalves, jornal e site Tribuna Feirense
“Acho válida essa iniciativa do Conselho de Segurança, no sentido de ser uma ação preventiva. Portanto o natural é que os resultados devam vir a longo prazo. Por outro lado defendo também que deva haver medidas emergenciais e de combate ostensivo a criminalidade. Mas de qualquer maneira a iniciativa do Governo Municipal é muito interessante. Vamos ver agora se realmente vai funcionar na prática.”

Cleiton Costa, jornalista e radialista da rádio Sociedade de Feira
" Eu acho que a imprensa deve ficar de fora sim. As entidades que devem integrar e discutir as questões de segurança. Vale salientar que devem ser feitas ações concretas, e não reuniões e seminários, pois isso não resolve nada. A prefeitura tem que investir na Guarda Municipal e na Secretaria de Prevenção à Violência".

Rivaldo Ramos, editor do Blog Central de Polícia
" Vocês podem observar quantos profissionais estão envolvidos na cobertura dos fatos relacionados à segurança pública, mas o propósito de criar um conselho sem a participação da imprensa é elementar. Pois todos sabem que o poder público tem o dom de maquiar os fatos e os profissionais de imprensa, comprometidos com a verdade e que acompanham de perto, o sofrimento da população assustada, não iriam ficar calados. Acho até bom mesmo não fazermos parte de algo que só vai funcionar na teoria, pois na prática, a história é bem diferente".

Denivado Costa, repórter policial ( rádio Subaé e Blog Central de Polícia )
“ A imprensa divulga muita coisa e traz um desconforto para as autoridades, além do mais, têm fatos que podem ser discutidos na reunião e é melhor que a imprensa não saiba. Acho que essa é a visão de muitos destes coordenadores do conselho, mas a imprensa tem um papel fundamental na sociedade e não é um conselho que vai tirar os méritos dela, que cobre a área policial”

Messias Teles, apresentador da TV Geral e repórter da rádio Povo
Criticou na rádio Povo porque ninguém da área de reportagem policial foi convidado para compor o Conselho. " O que está acontecendo?", questionou.

Valter Vieira, presidente do Sindicato dos Radialistas e apresentador do programa Ronda Policial
“A imprensa recebe tapinha de carinho, quando é conveniente para os políticos. Conto com a força e determinação dos mais jovens para defender a categoria. Vamos manter o nosso trabalho com altivez e dignidade e ignorar esse ato feito a fim de desmerecer a Imprensa”

É bom lembrar que ainda não há dotação orçamentária do município para a Secretaria de Prevenção à Violência, que está funcionado precariamente e vai ficar dependendo também de verbas federais como o Programa Nacional de Segurança e Cidadania (Pronasci).

Redação do Central de Polícia

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