A assessoria do juiz José Brandão Netto, da comarca de Santo Estêvão (cidade vizinha a Feira de Santana) encaminhou à imprensa o relato chocante sobre a situação de uma adolescente apreendida por denúncia da própria mãe, que pediu interferência da Justiça alegando que não consegue controlar a situação.
Segue abaixo na íntegra o relato encaminhado pelo Juizado:
Foi encaminhada ontem para a Fundac, em Salvador, uma adolescente, de 15 anos, apreendida por Agentes de Proteção (comissários) em Santo Estevão, pois a mãe, Margarida, denunciou ao Juizado da Infância e Juventude que não aguentava mais ser maltratada com tapas na cara, palavras de baixo-calão e ameaças de morte diariamente.
Sabendo que existe na cidade o Toque de Acolher, a mãe procurou o Juizado, cujos Agentes foram até a casa onde reside a menor e encontraram um amontoado de coisas quebradas em casa, as roupas em total estado de sujeira e com sangue.
O sangue encontrado nas roupas da menor segundo a própria é dela mesma, uma vez que já se encontra no mundo das drogas há cerca de três anos e como não trabalha, para sustentar o vício vende o corpo, se prostituindo na localidade conhecida como Cabeça-da-vaca, em Santo Estevão. A menor está doente ao ponto de urinar sangue, que limpa com as próprias roupas.
Depois de conduzida ao Juizado, a adolescente demonstrou total dependência pelo uso contínuo de crack e ainda confessou que já fez uso de maconha e cocaína.
Apresentada na Delegacia por agressão e ameaça de morte contra a própria mãe, ficou apreendida no Juizado de Santo Estevão.
A adolescente, ao chegar no Juizado, demonstrou que seu estado de saúde é crítico, dando entrada no hospital local várias vezes. Mesmo assim, encontra-se escarrando e urinando sangue.
A menor comenta que abandonou os estudos há cerca de dois anos e salienta que tudo de ruim que está acontecendo em sua vida é por conta do uso das drogas, principalmente o crack.
A menor aparenta estar arrependida e solicita ser tratada em um centro de recuperação para voltar a ser considerada como uma pessoa de bem e agradeceu aos Agentes terem impedido as agressões que estava fazendo contra a própria mãe.
Depois de passar alguns dias no Juizado de Santo Estevão, foi transferida para Salvador, pois não há no interior do Estado da Bahia, nenhuma casa de atendimento para menores do sexo feminino, quando são aprendidas por cometerem crimes.
Fonte: Dia Bahia
Nenhum comentário:
Postar um comentário