sábado, 11 de setembro de 2010

Juiz nega relaxamento de prisão e delegado que trabalhou em Feira permanece atrás das grades


Advogados de defesa do delegado José Nélis Araújo Júnior (foto), entraram com pedido de relaxamento de prisão, mas não conseguiram o intento. O juiz da Comarca de Ipiaú, Vicente Reis Santana Filho, negou o pedido de revogação da prisão temporária. O magistrado decidiu por mantê-lo preso, cautelarmente, em função do delegado exercer "função estratégica na polícia", além de supostamente integrar rede de "tráfico de drogas no interior do estado".

O delegado Nélis Araújo foi preso por policiais do Centro de Operações Especiais (COE),no dia 18 de agosto quando saia de casa para o trabalho, sob acusação de dar proteção a traficantes de drogas na região de Ipiaú e Ubatã, onde trabalhou como delegado, e também de mandar matar o colega de profissão, André Serra, em outubro do ano passado. Nélis estava trabalhando como plantonista na 2ª Delegacia de Polícia de Feira de Santana.

De acordo com as investigações comandadas pela Secretaria de Justiça do Estado da Bahia, Nélis teria mandado matar o colega André Serra porque a vítima teria descoberto o esquema de partilha ilegal de terras e tráfico de drogas. O delegado preso comandou a polícia civil de Itabuna entre 2006 e 2007. Também foram presos na operação outros quatro envolvidos na morte do delegado André Serra, em 29 de outubro do ano passado.

A quadrilha era envolvida num esquema criminoso de partilha de terras na região que compreende os municípios de Ubatã e Maraú, e também defendia os negócios de Nélis Araújo. Foram presos os pistoleiros Manoel Tercino de Araújo, Manoel Barreto, Antonio Calumby e o ex-delegado calça curta Luis Santos Neto, conhecido como "Neto de Arlindo". Calumby havia sido flagrado por circuitos de tevê na praça onde o delegado André Serra foi executado.

MORTE POR ENCOMENDA
O assassinato foi encomendado após o delegado André Serra (foto) avançar nas investigações de crimes cometidos pela quadrilha na qual Nélis Araújo teria participação. O delegado acusado atuou em Ubatã na década passada e tinha projetos políticos naquela região. Desejava ser prefeito daquele município. A polícia ainda apurou o envolvimento de Manoel Tercino e Manoel Barreto em vários crimes. Eles são, respectivamente, pai e sogro do pistoleiro Magno Nogueira da Silva, autor dos disparos fatais contra o delegado André Serra.

FUGA DO PISTOLEIRO
Magno foi morto 12 dias depois do assassinato do delegado, num confronto com a polícia em uma fazenda na região de Ipiaú e Itapitanga. Ele ficou conhecido ao comandar uma fuga cinematográfica no presídio Ariston Cardoso em Ilhéus e escapar de um cerco policial montado pelo próprio Nélis, na ponte do Fundão, episódio que deixou o então delegado regional de Ilhéus, Jorge Santos, furioso.

A polícia apurou o papel de Calumby no esquema. Ele atuava dando proteção à suposta quadrilha do delegado, ainda integrada pelo ex-calça-curta Neto de Arlindo, hoje pistoleiro. Duas pessoas estão foragidas.

O crime contra Serra teria sido encomendado após a vítima assumir a delegacia em Ipiaú e investigar as ações de Nélis naquela região. Descobriu-se, conforme a polícia civil, que Nélis recebia presentes e dinheiro para acobertar os crimes praticados pelo pistoleiro Magno Nogueira e o grupo. O delegado preso, então, teria encomendado a morte de André Serra.

Segundo informações da Secretaria de Segurança, o mando do crime foi devido às divergências no caso da morte do deputado Mauricio Cotrim e também pelas investigações da ligação de Nélis com Magno. O delegado André Serra havia descoberto crimes nos quais seu colega estaria envolvido, além de irregularidades administrativas. O Coordenador da Polícia Civil em Vitória da Conquista, Odilson Pereira, também foi responsável pelas investigações que levaram a quadrilha para a cadeia.

Conforme a Secretaria, foi instaurado um processo administrativo para apurar a conduta do delegado José Nélis Araújo Júnior, enquanto servidor público e poderá culminar na sua exclusão da polícia.

Por: Rivaldo Ramos
Fonte e fotos: www.pimentanamuqueca.com.br

Um comentário:

  1. Tony Calumby é uma pessoa de excelente indole.
    Todo o povo de Taipú de Dentro, pode testemunhar do carater desse digno senhor que não merecia ter seu nome colocado ao lado de pistoleiros e assassinos.
    No povoado onde mora, ele é conhecido por sua generosidade, pelas bem feitorias que promove.
    Se hoje o povoado de Taipú não tem mais casebres de barro e sim confortáveis casas de tijolo e cimento, é em grande parte, graças a Tony, que vendeu a baixo custo e de forma facilitada um grande loteamento, herança de seu pai, onde muitos filhos de Taipú podem agora viver com mais dignidade.
    Muito me desagrada e entristece tal notícia.
    Certamente que antes de se acusar um homem de bem, e prende-lo sem a correta e devida apuração dos fatos, dever-se-ia analisar a 'periculosidade' do cidadão em questão e seu papel na sociedade onde vive.
    O que no caso de Tony quando é notória sua boa indole, e seu nulo grau de periculosidade, a prisão para eventual apuração dos fatos, torna-se tremendamente desnecessária, sendo mesmo um absurdo que tenha acontecido.

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