sábado, 31 de julho de 2010

Homicídios crescem 18,4% nas cidades do interior do Estado


Os assassinatos de produtores rurais cometidos nas duas últimas semanas, nos municípios de Barreiras e Vitória da Conquista (a 857 km e 509 km da capital, respectivamente), ilustram o avanço da violência no interior do Estado – que fica mais evidente conforme as estatísticas da própria Secretaria da Segurança Pública (SSP).

Os dados disponibilizados no site da pasta mostram que foram registrados 1.207 homicídios dolosos (quando há intenção de matar) no interior da Bahia, entre janeiro e maio deste ano. No mesmo período de 2009, a SSP contabilizou 1.019 casos nas cidades do interior (um aumento de 18,4%). Os números não incluem municípios que integram a Região Metropolitana de Salvador.

As deficiências no policiamento são apontadas como as principais causas do crescimento da criminalidade. “Tem cidade de 50 mil habitantes que só conta com um policial militar”, disparou Marco Prisco, presidente da Associação dos Praças da Polícia Militar.

Segundo Prisco, o efetivo total da PM na Bahia é de 32 mil integrantes. “O ideal é termos 50 mil. O governo cria novas companhias independentes, só que com o mesmo efetivo, dando uma falsa sensação de reforço na segurança”, reclamou.
Para Marcos Maurício, presidente do Sindicato dos Policiais Civis, faltam estrutura e qualificação aos policiais do interior: “O aumento da criminalidade é reflexo também da falta de organização. Em 130 municípios, temos agentes de prefeituras fazendo o trabalho de policiais, inclusive usando armas e coletes”, denunciou Maurício.

Diretor do Departamento de Polícia do Interior, o delegado Bernardino Brito Filho afirmou que providências estão sendo tomadas pelo governo. “Estamos agindo dentro de um planejamento. Na última semana, nomeamos 120 investigadores e 40 escrivães para as unidades do interior. Temos observado que a maior concentração dos homicídios está nos grandes centros do interior, justamente onde há maior presença do tráfico”, observou.

O delegado reconheceu que há déficit no efetivo, mas disse que já há “um planejamento de reposição de agentes pedido pelo governador”. De acordo com o presidente do Sindpoc, a Bahia conta com 3.760 policiais civis. “Só que 1.200 já estão prestes a se aposentar. Hoje, há um déficit de 3 mil policiais”, alertou.

Fonte: A Tarde

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