quinta-feira, 27 de maio de 2010

Polícia descarta execução na morte do delegado em Camaçari


A polícia considera concluído o caso da morte do delegado Clayton Leão e descarta a hipótese de atentado. As informações foram passadas durante entrevista coletiva concedida à imprensa na manhã desta quinta-feira, 27, pelo delegado-chefe da Polícia Civil, Joselito Bispo, e o secretário de segurança pública, César Nunes.

No entanto, familiares do policial - morto em Camaçari, na manhã desta quarta-feira, 26 - põem em dúvida a versão da polícia. "Meu primeiro sentimento é que foi execução", disse o tio de Clayton, João Chaves, durante o enterro do sobrinho, ressaltando que a única testemunha do crime, a mulher do delegado, ainda não depôs.

Joselito Bispo e César Nunes disseram que ouviram a mulher do delegado informalmente e que ela teria reforçado a versão de tentativa de assalto seguida de morte. A polícia disse que os três criminosos pretendiam roubar o carro do delegado e chegaram gritando "bora, bora, bora".

De acordo com a versão da polícia, o delegado reagiu falando "peraí, peraí, peraí" e teria esboçado intenção de pegar a arma. Os criminosos alegaram que viram a arma e atiraram assustados, de acordo com a polícia.

"Estamos buscando todos os elementos e provas tanto testemunhais quanto periciais para descrever a ação criminosa", disse o delegado-chefe, Joselito Bispo. Bispo afirmou ainda que o crime foi uma fatalidade. "O colega teve a infelicidade de parar em um lugar em que jamais deveria ter parado. Não estava ali um policial, estava um cidadão. Precisamos trabalhar muito e ter consciência que segurança pública não é mais viatura, não é mais polícia. É um conjunto que tem que ser trabalhado como um todo".

Já para o presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindipoc), Carlos Lima, Leão teria sido executado pelos trabalhos que vinha fazendo de repressão do tráfico na região. “Com a experiência que eu tenho de 32 anos de serviço, não acredito que tenha sido um assalto. Para mim, foi um crime de mando. Ninguém levou nada e a esposa ficou lá, gritando”, avaliou Lima, enfatizando que o sindicato está “trabalhando para ajudar nas investigações”.

Prisões - O terceiro envolvido no crime, Magno de Menezes dos Santos, se entregou à polícia na manhã desta quinta. Ele disse que estava dentro do carro dos criminosos. Os outros envolvidos são Edson Cordeiro e Reinaldo Valença, que foram presos nesta quarta. A operação de investigação e prisão dos acusados envolveu mais de 200 policiais, de acordo com Cleandro Pimenta, diretor do Departamento de Narcóticos (Dnarc), que presidiu as investigações.

Funeral - O corpo do delegado foi enterrado nesta quinta no Cemitério Campo Santo, na Federação, ao som da música "Amigos para sempre" tocada em um violino, e do protesto por justiça feito por familiares e colegas do policial.

*Com redação de Paula Pitta | A TARDE On Line

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