Familiares e amigos do estudante Júlio Vitor Dias, de 22 anos, fizeram um protesto na tarde deste sábado (6) em frente à Policlínica do Tomba, Feira de Santana pedindo a saída do diretor da instituição e a apuração sobre a morte do jovem que morreu supostamente de dengue, caso que já está sendo verificado.
Com vários cartazes e palavras de ordens como mais atenção e saiam do WhatsApp, a manifestação fechou o tráfego de veículos na rua São João, mas foi controlado com a chegada da Polícia Militar, e prepostos da Guarda Municipal se fizeram presente naquela unidade de saúde.
Os parentes da vítima denunciam uma médica por negligência, porque afirmam que o rapaz não teve atendimento adequado e, segundo eles, teria tomado um remédio sugerido pela profissional sem receita que acabou provocando uma hemorragia. A médica nega.
O atestado de óbito de Júlio aponta que ele teve um choque hipovolêmico, desidratação severa, insuficiência renal aguda e diarreia aguda e arbovirose.
Em nota, a Secretaria de Saúde de Feira de Santana informou que está apurando o caso, avaliando o prontuário e entrevistando profissionais.
A médica que atendeu o jovem na policlínica do Tomba negou que tenha recomendado a medicação Nimesulida sem receita.
Amostras de sangue estão sendo realizadas para confirmar ou não a suspeita de dengue. Em caso de confirmação, o número de mortes por dengue na cidade, desde janeiro, subirá para nove.
O caso
A família conta que tudo começou no domingo (30), quando o jovem passou mal em casa. Ele foi encaminhado, com suspeita de dengue, para a policlínica localizada no bairro do Tomba.
O jovem, contam os parentes, estava com dor de cabeça, dores nas articulações, nos olhos, febre alta e vomitando.
Na unidade de saúde, a família conta que ele foi medicado e, depois, liberado sem que fosse feito nenhum exame para detectar o que o rapaz tinha.
À noite, e casa, a situação do jovem piorou. A mãe, Cremilda de Souza, diz que Júlio passou a se queixar de uma forte dor embaixo do braço e, além disso, os outros sintomas que tinha apresentado anteriormente voltaram com maior intensidade.
Os parentes contam que, na policlínica, foi receitado um remédio que provocou uma hemorragia no jovem.
"Ela [a médica] poderia solicitar um exame, um hemograma para o meu filho fazer para ver o que estava acontecendo, mas nem isso eles fizeram e mandaram meu filho de volta para casa. Isso é um absurdo, uma falta de vergonha. Como é que eu levo o meu filho para a policlínica do Tomba e a médica diz na minha cara que ele pode vir a ter sangramento? Eu me assustei e perguntei: 'Doutora, sangramento porquê?' Ele estava com dengue e quando tomou o medicamento, lógico que iria ter sangramento, ia ter hemorragia'", destaca Cremilda.
"Ela [a médica] passou dipirona para ele, passou duas injeções para tomar lá e, em casa, ela só falou de boca, um anti-inflamatório, que é a Nimesulida e a dipirona, sendo que a Nimesulida é um remédio contraindicado para a dengue. Ela não teve coragem de prescrever a receita para ele, não passou soro e nem nada. Ela não teve a coragem de chegar para ele e passar um exame, para descobrir se estava com dengue ", afirma a estudante Elane Lisboa, namorada do jovem.
Depois, a mãe conta que levou o filho para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Hospital Clériston Andrade, mas disse que não tinha nenhuma vaga para ele lá. Com isso, o rapaz foi encaminhado para a UPA da Queimadinha, onde, segundo a mãe, um exame atestou que realmente o jovem estava com dengue.
"Na UPA da Queimadinha, eu pedi socorro e eles botaram o meu filho na frente, levaram meu filho para a sala vermelha, entubaram. Ele [o médico] solicitou outro exame e o meu filho foi fazer. Quando chegou lá, ele disse que tinha certeza 99% de que era dengue. O exame que o médico me mostrou constatou isso aí", afirma a mãe.
Com informações do G1 Bahia, com fotos do Blog Central de Polícia.
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