A vida da dona de casa Ana Maria dos Reis
Carvalho, moradora do bairro Santo Antônio dos Prazeres, teve uma mudança
brusca, desde maio de 2018, quando estava em casa e viu a polícia levar seu filho
de 21 anos, sob a acusação de estuprar uma jovem. De lá, para cá, Ana Maria
vive diariamente lutando para soltar o filho, e tem em mãos, um laudo, que
segundo ela, atesta a inocência do jovem.
Em entrevista ao repórter Sotero Filho, a
dona de casa contou que perdeu tudo o que tinha para evitar que o filho fosse
morto dentro da prisão, relata ameaças feitas em vídeo, e atualmente mora na
casa da mãe. O caso ocorreu em Feira de Santana, mas o jovem foi encaminhado
para o Presídio de Mata Escura, em Salvador, e depois de alguns meses foi
transferido para o Conjunto Penal de Feira, onde aguarda uma decisão da
justiça.
A dona de casa acredita que o filho foi
acusado após terminar um relacionamento. “Meu filho foi acusado de estupro em
Feira de Santana e o exame pericial deu negativo, eu tenho em mãos a cópia
dele. Ela (acusadora) já tinha paquerado ele há algum tempo. Ele não queria
mais ter relações com ela e terminou, pois já estava com outra, que tem um
filho com ele”, declarou a mãe.
Vídeo de tortura e extorsão na cadeia
Segundo ela, o sofrimento aumentou quando o
filho passou sete meses no presídio de Mata Escura, em Salvador, onde foi
agredido e sequestrado dentro da unidade prisional, por outros presos. Relatou
que filmaram seu filho sendo agredido e enviaram a imagem via aplicativo,
cobrando dinheiro para não mata-lo. Ela confessou que pensou em tirar a própria
vida, quando retornava para Feira, após visitar o filho em Salvador.
“Tive
que vender tudo, dentro de casa. Eu paguei muito dinheiro para não matarem ele.
Os próprios internos de lá, fizeram isso. Eu tenho até um vídeo, dele sendo
agredido, que mandaram pra mim (sic)”, relata. Ainda de acordo com Ana Maria, o
vídeo com a tortura e exigindo dinheiro chegou cinco dias depois de seu filho
chegar ao presídio da capital.
Com a interferência de uma comissão de
Direitos Humanos, a dona de casa conseguiu a transferência do filho para o
Conjunto Penal de Feira de Santana, mas o drama continua.
Laudo médico
De acordo com Ana Maria, mesmo com o laudo
expedido há mais de um ano, pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT). o filho
continua preso.
“É doloroso para uma mãe saber que o filho
está sofrendo, nessa situação, inocente. Eu quero justiça, eu preciso da ajuda
da justiça, que liberte meu filho. Quero que Deus abençoe a vida do meu filho e
tanto quanto da vida dessa menina, que ela possa tomar juízo também e não faça
isso com outra pessoa”, finalizou.
A dona de casa informou para nossa
reportagem que não dispõe de recursos financeiros para contratar um advogado e
deverá apelar para um defensor público. Os nomes dos demais envolvidos foram preservados.
Blog Central de Polícia, com informações e
fotos de Sotero Filho.
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