Mais de 50 pessoas caíram em um golpe envolvendo cartas contempladas de consórcio de automóveis, na cidade de Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador. O proprietário da empresa que concedia o crédito alega também ser vítima na situação.
Um dos compradores das cartas é o autônomo Fabrício Santana, que precisa do carro para trabalhar. Ele conta que há cinco meses resolveu trocar de veículo e ficou sabendo que uma empresa da cidade de Santo Estevão, que tem escritório em Feira de Santana, fazia o negócio.
Ele fechou a transação com a firma, dando uma entrada de R$ 8 mil. Nos contratos assinados pelas partes, a empresa prometeu entregar a carta e crédito em 45 dias, mas não cumpriu o acordo.
"Eu estou tendo que alugar um carro para trabalhar, porque eu dependo do veículo para poder atender meus clientes hoje. Estou tendo muita dificuldade depois dessa situação. Vendi meu carro antigo para comprar um melhor e agora estou sem nada. Sem carro, sem dinheiro e tendo despesas com o carro de aluguel", disse Fabrício.
O escritório fechou e o proprietário continuou falando com Fabrício por um aplicativo de celular, depois desapareceu sem dar notícias.
As outras vítimas do golpe também possuem contratos assinados e comprovantes de depósito feitos, para assegurar a compra das cartas. O advogado Luiz Gustavo Amaral, que representa parte das pessoas envolvidas no caso, disse que as vítimas entrarão com processo contra a empresa.
"Vamos entrar com uma ação no âmbito cível, buscando indenização por danos materiais e danos morais, haja vista que todos foram lesados diante dessa situação de estelionatário. Vamos entrar também [com ação] no âmbito penal", afirmou o advogado.
O proprietário da empresa chegou a ir na delegacia de Feira de Santana, para responder sobre as acusações feitas pelas vítimas, mas preferiu não gravar entrevista com a equipe da TV Subaé.
A delegada Bianca Torres, que está à frente do caso, informou que o homem alegou que também sofreu um golpe da pessoa que repassava as cartas contempladas consórcio pra ele. Segundo o proprietário, essa pessoa é do estado de São Paulo.
"Segundo ele, ele comprou cartas de crédito na mão dessa pessoa, mas a pessoa não repassou para ele, e aí ele teve um prejuízo de R$ 70 mil e não teve como pagar as pessoas que compraram as cartas na mão dele", disse a delegada.
Todas as pessoas que foram lesadas pela empresa serão ouvidas pela delegada durante a próxima semana. A recomendação da polícia é que as vítimas juntem todas as provas possíveis para que a polícia investigue o que aconteceu.
Ainda de acordo com a delegada Bianca Torres, o proprietário será investigado pelo crime de estelionato. Caso seja comprovado o crime, ele será indiciado e o caso será encaminhado para o Ministério Público da Bahia (MP-BA).
As informações são do G1, com imagens TV Subaé.
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