A quantidade de ocorrências foi 32% maior do que a registrada em 2017. A central é responsável pelo atendimento das chamadas para os telefones de emergência 190 (Polícia Militar), 193 (Corpo de Bombeiros) e 197 (Polícia Civil) provenientes de dezesseis municípios, além de Feira de Santana.
Trotes
Apesar do grande número de ligações que o CICOM recebeu em 2018, o registro negativo fica por conta da grande quantidade de “trotes” que o órgão recebeu. Segundo o capitão PM Rosuilson, coordenador do CICOM/Portal do Sertão, aproximadamente metade das chamadas trataram-se de falsas comunicações de crime ou de ofensas dirigidas contra os atendentes e às instituições.
Passar “trote” para os serviços de emergência, além de ser um crime, causa sérios prejuízos à população, pois as linhas telefônicas ficam ocupadas, prejudicando as pessoas que precisam do socorro imediato e obrigando os atendentes a terem mais rigor nos atendimentos, exigindo maiores detalhes, o que, em alguns casos, acarreta um registro mais demorado.
O CICOM, porém, dispõe de mecanismos que proporcionam a identificação dos indivíduos que passam os trotes. “O sistema identifica todos os números dos telefones que efetuam ligações para o Centro, as datas e horários das ligações ficam registrados no sistema e, por fim, todas as conversas são gravadas e podem servir como provas do cometimento do crime, o que possibilita a potencial responsabilização criminal dos infratores, já existindo casos de prisões realizadas em Feira de Santana por esse motivo”.
O coordenador ressalta que a população deve se conscientizar de que os números 190, 193 e 197 são considerados essenciais para o atendimento das suas necessidades relacionadas à área da segurança pública e da defesa civil e que, portanto, a sua utilização dever ser feita apenas em situações que ensejam diretamente algum tipo de intervenção.
Ocorrências
Entre as ocorrências mais registradas pelo CICOM, merecem destaque as de perturbação do sossego, violência doméstica e ameaças que, juntas, representaram 41% de todos os registros realizados.
Perturbação do sossego
O Coordenador destaca que, embora exista uma grande preocupação das pessoas em relação aos crimes violentos que ocorrem nas vias públicas e que são causados por estranhos, a maior parte dos registros feitos pelo CICOM trata-se de fatos delituosos que acontecem no interior dos lares ou em locais próximos às residências e envolvem pessoas, agressores e vítimas, que muitas vezes são conhecidas umas das outras.
No caso da perturbação do sossego – o negativamente famoso “som alto” - o capitão Rosuilson ressalta que trata-se de uma conduta delituosa que, além de desrespeitar o direito à tranquilidade alheia e de ser uma clara demonstração de falta de urbanidade e educação, sobrecarrega as guarnições da Polícia Militar que poderiam estar sendo empregadas no policiamento ostensivo e, dessa forma, impedindo a ocorrência de crimes de maior relevância.
As ocorrências desse tipo de delito se dão, principalmente, aos sábados e domingos, dias que, juntos, registram 65% dos atendimentos. O período de maior incidência é registrado entre às 18h e à 00h, com 58%. Sons automotivos, com 57% das reclamações, são as principais fontes emissoras, ficando as residências em segundo lugar com 29%.
Denúncias
O capitão Rosuilson destaca que denúncias sobre homicídios, tráfico de drogas, roubo de cargas, roubo de veículos, criminosos procurados, esconderijo de armas, desmanches de veículos, dentre outras, contribuíram para que fossem realizadas importantes ações e prisões durante 2018 e conclama a população a efetuar as denúncias: “a população exerce um papel essencial na questão da segurança pública e a sua participação contribui bastante para a solução dos problemas. Durante o ano tivemos diversos casos graves que foram esclarecidos com o apoio da comunidade. É importante que as pessoas liguem para o CICOM e denunciem os fatos criminosos que tiverem conhecimento, de forma que as Polícias possam efetuar as prisões, solucionar e evitar crimes”.
O Coordenador informa que todos os profissionais do CICOM são capacitados para colher as informações e que é assegurado a todos o sigilo e o anonimato absoluto, podendo a denúncia ser realizada através de ligações para os números 190 ou 197 e, depois de registradas, as denúncias são repassadas para a Polícia Civil e para a Polícia Militar.
Os números produzidos durante o ano de 2018, segundo o Capitão Rosuilson, demonstram o quanto é importante a integração dos órgãos de segurança pública e defesa civil. O mesmo afirma que o sucesso em tal política possibilita o acesso da população aos serviços disponibilizados através das ligações de emergência – efetuadas para um único lugar – e otimiza o emprego do efetivo, além de reduzir o tempo de atendimento das ocorrências.
Além disso, tais resultados evidenciam a consolidação do CICOM enquanto um serviço público acessível, disponível e gratuito, destacando o alto grau de responsabilidade, dedicação e profissionalismo de todos os servidores que trabalham diuturnamente no CICOM com o objetivo de atender e prestar o melhor serviço possível à população.
Como funciona o CICOM 190
O CICOM funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, e atende uma população estimada em mais de um milhão de pessoas. Conta com a presença contínua de policiais e bombeiros militares, policiais civis e pessoal terceirizado, o que o torna uma grande central de emergências, responsável por promover maior agilidade no atendimento e acompanhamento das ocorrências criadas a partir de solicitações feitas pela população.
Segundo o capitão PM Rosuilson Cardoso, as ligações da população foram muito importantes e resultaram na expressiva marca de mais de três mil pessoas conduzidas às Delegacias de Polícia, tendo cerca de 900 delas sido presas em flagrante delito e 260 adolescentes infratores sido apreendidos. Além disso, as ligações para os números de emergência possibilitaram que 615 veículos fossem recuperados, 391 armas de fogo fossem retiradas de circulação e que ocorressem 473 apreensões de drogas.
O CICOM também registrou 1.259 ocorrências de captura e resgate de animais, 364 de combates a incêndios diversos e 90 ocorrências que envolveram salvamento de pessoas, as quais foram direcionadas para atendimento do 2º GBM.
Ascom
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