Os supeitos são o
vereador Welligton Andrade, do PSDB (que tenta reeleição), e o candidato a
vereador Pastor Pedro, do PSC. Ambos têm 53 anos e, logo após terem sido
ouvidos e liberados, negaram as acusações à reportagem da TV Subaé, emissora
afiliada da TV Bahia.
No total, foram cumpridos
nove mandados de condução coercitiva e oito de busca e apreensão na cidade, com
uma equipe de 40 policiais federais.
O delegado da PF Fábio
Marques disse que foram apreendidas listas com nomes de fiéis que receberiam
orações caso fornecessem seus dados. A ameaça seria de "amaldiçoar"
quem se negasse a fornecer as informações.
"A prática foi
confirmada com apreensão das listas. Foi identificado que havia esquema dentro
da associação religiosa para fornecimento de exames e condutas médicas em troca
do fornecimento do título do eleitor do paciente", acrescentou.
Segundo o delegado, a
investigação também flagrou, por meio de interceptação telefônica autorizada
pela Justiça, a negociação de um lote de votos feita por uma liderança politica
ao candidato pastor. "Ele [pastor] aciona um parceiro dele, o atual vereador,
e faz a mesma proposta. Eles marcam uma reunião onde a PF fez acompanhamento e
verificou que a negociação foi efetivada", disse.
As investigações
iniciaram há cerca de um mês, a partir de requisição do Ministério Público
Eleitoral.
Segundo a PF, o esquema
ainda incluía a distribuição de gêneros alimentícios em comunidades carentes, a
fim de convocar eleitores.
Conforme a Polícia
Federal, os investigados responderão pelos crimes previstos nos artigos 299 e
334 do Código Eleitoral. O artigo 299 determina que é crime "dar,
oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro,
dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou
prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita" e prevê pena de reclusão
até quatro anos e pagamento de multa.
O artigo 334 trata sobre
a utilização de organização comercial de vendas, distribuição de mercadorias,
prêmios e sorteios para propaganda ou aliciamento de eleitores, com pena de
detenção de seis meses a um ano e cassação do registro se o responsável for
candidato.
O nome da operação,
"Simão", vem do codinome utilizado pelos policiais para se referir ao
principal investigado, uma referência ao Apóstolo de Jesus Cristo.
Do G1 BA, com informações
da TV Subaé.
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